O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a ressaltar que, embora a desaceleração da inflação esteja em linha com as expectativas da instituição, a alta nos preços subjacentes de serviços no Brasil se mostra resiliente nos segmentos ligados ao mercado de trabalho. "A desinflação no Brasil está em linha com a expectativa do BC", disse Campos Neto, ressaltando, porém, que a autarquia espera uma pequena piora do processo desinflação na ponta.
Na edição mais recente do Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central afirmou que espera inflação de 0,24% em março e 0,35% em abril, com uma desaceleração nos meses seguintes, para 0,27% em maio e 0,15% em junho.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) subiu 0,36% em março, após ter avançado 0,78% em fevereiro, informou no dia 26 de março o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março está previsto para ser divulgado na semana que vem.
O presidente do Banco Central ponderou que a normalização das cadeias de suprimento globais, que depois da pandemia vinha contribuindo para a desinflação global, parou de ajudar neste processo.
Cenário fiscal
Ao se referir ao cenário fiscal, ele voltou a afirmar que o Brasil tem chance de fazer um bom resultado neste ano. Na avaliação dele, no campo fiscal, o desafio maior será em 2025.
O presidente do BC voltou a fazer menção às condições financeiras no mundo, que na avaliação dele seguem relativamente frouxas.
Ele disse que é preciso fazer investimentos em políticas que propiciem elevação da oferta e atração de capital.
"À medida que dívidas nos EUA são renovadas, há efeito na liquidez global", disse Campos Neto, durante participação no 10º Brazil Investment Forum, organizado pelo Bradesco BBI, em São Paulo.
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