O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, afirmou que a situação de calamidade do Rio Grande do Sul trará impacto para as projeções de mercado, que se dividirão em antes e depois da catástrofe, que afetará o conjunto econômico do País.
"Quando se olha em termos econômicos, de projeção, esse desastre tem impacto na safra agrícola, no comércio, nas vendas, no emprego, no conjunto da atividade econômica do Rio Grande do Sul e, por conta disso, de todo o País. Claro que você tinha um conjunto de projeções anterior a esse evento e terá um conjunto de projeções posterior a esse evento", afirmou na tarde desta segunda-feira, 6, durante transmissão da Live BC sobre o Relatório de Mercado Focus.
Rocha explicava que a pesquisa de mercado compilada semanalmente pelo BC é importante por mostrar como os agentes de mercado veem as evoluções de variáveis fundamentais ao longo do tempo, porque quanto mais ancoradas essas expectativas estiverem em direção à meta de inflação, menor será o custo de ações da política monetária.
Ele pontuou que as projeções são importantes para nortear a tomada de decisões futuras, mas que também refletem choques que mudam tendências esperadas na economia, e que a situação do Rio Grande do Sul é um exemplo concreto e doloroso de como as projeções podem ser influenciadas por eventos externos.
"Esses choques não são apenas da economia - inflação maior ou PIB menor. Veja só o impacto da catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul, algo que não se esperava há um mês ou pouco tempo atrás. Claro que, agora, todos os esforços, ações governamentais e recursos da sociedade têm de ser voltados para salvar a vida dos nossos irmãos e irmãs gaúchos, que estão sendo afetados por essa tragédia", pontuou.
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