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Depois de caso Carrefour, lira quer debater 'reciprocidade econômica'

Depois de o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ter dado apoio público ao bloqueio no fornecimento de carnes às lojas do Carrefour no Brasil, nesta segunda, 25, foi a vez de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrar uma retratação da rede va

Francisco Carlos de Assis e Isadora Duarte (via Agência Estado)

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Escrito por Francisco Carlos de Assis e Isadora Duarte (via Agência Estado)
Publicado em 26.11.2024, 07:07:00 Editado em 26.11.2024, 07:12:41
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Depois de o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ter dado apoio público ao bloqueio no fornecimento de carnes às lojas do Carrefour no Brasil, nesta segunda, 25, foi a vez de o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cobrar uma retratação da rede varejista francesa e dizer que vai pautar na Casa discussão de medidas de "reciprocidade econômica" com a França. A declaração se segue ao anúncio do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, de que iria suspender a importação de carnes bovinas provenientes do Mercosul, num momento em que produtores franceses protestam contra acordo de livre-comércio entre o bloco e a União Europeia.

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"Não é possível que o CEO de um grupo importante, como o Carrefour, não se retrate de uma declaração sobre não contratar as proteínas animais advindas da América do Sul. O Brasil, o Congresso Nacional, os empresários e a população têm de dar uma resposta clara para que esse protecionismo exagerado dos produtores da França não seja motivo de injusto protecionismo contra os interesses de quem se protege debaixo da lei mais rígida do sentido ambiental mundial, que é o nosso Código Florestal", disse Lira, durante evento, em São Paulo.

Apresentado em abril passado pelo deputado Tião Medeiros (PP-PR), o PL 1406/24 proíbe o governo de propor ou assinar acordo internacional com cláusulas ambientais que restrinjam a exportação de produtos brasileiros sem que os países signatários adotem medidas de proteção ambiental equivalentes.

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Como o Estadão/Broadcast mostrou, em reação ao anúncio de Bompard frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento tanto de carne bovina quanto de suínos e de aves a lojas do Carrefour no País, e dizem que só vão retomar as entregas quando houver uma retratação de Bompard - que sugeriu que o produto do Mercosul seguiria normas de controle sanitário inferiores às impostas aos produtores franceses (mais informações na pág. B2).

A Embaixada da França no Brasil pediu um encontro entre o ministro Carlos Fávaro e o embaixador francês no País, Emmanuel Lenain, segundo pessoas que acompanham a discussão.

De acordo com o site especializado Farmnews, a França comprou de janeiro a outubro deste ano menos de 40 toneladas de carne bovina in natura do Brasil, o equivalente a 0,002% do total embarcado pelo País no período (de 1,41 milhão de toneladas). O receio dos produtores brasileiros, porém, é de que esse embargo prejudique a imagem do produto no exterior e leve empresas de outros países a adotar o mesmo caminho.

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"Não estamos preocupados com a questão comercial dessa atitude desproporcional do presidente do Carrefour de não comprar carne do Mercosul, mas com a imagem e identidade do Brasil", disse ontem o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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