O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou novamente o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta terça-feira, 2, ao comentar a alta do dólar. Em entrevista à Rádio Sociedade, em Salvador (BA), Lula afirmou que Campos Neto tem viés político e que esse perfil não deveria dirigir a instituição.
Na ocasião, Lula afirmou ainda que, quando o Banco Central estava sob o seu "domínio", nos anos 2000, havia "autonomia". "Eu acho que a minha visão sobre o Banco Central não é uma visão teórica, é uma visão de um presidente que teve um Banco Central sob o meu domínio durante oito anos e com total autonomia", disse.
Lula voltou a defender a prerrogativa do presidente da República de indicar o dirigente do Banco Central. "A gente não indica essa pessoa para fazer o que a gente quer não, porque as empresas têm diretoria, as empresas têm conselho, e o Banco Central tem uma função", disse.
Lula acrescentou: "agora, o que não dá é você ter alguém dirigindo o Banco Central com viés político. Definitivamente, eu acho que ele tem viés político. Agora, veja, eu não posso fazer nada, porque ele é o presidente do Banco Central, ele tem um mandato, ele foi eleito pelo Senado, eu tenho que esperar ele terminar o mandato e indicar alguém".
Lula voltou a dizer que acredita no Banco Central "funcionando de forma correta e com autonomia" e com um presidente que não esteja vulnerável a pressões políticas, mas salientou que a instituição "não pode estar a serviço do sistema financeiro e do mercado".
Lula também voltou a criticar a manutenção da taxa de juros a 10,50%, conforme decisão de 19 de junho do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. "Me preocupo com a taxa de juros", afirmou o presidente.
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