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Dados de fevereiro mostram indústria fraca, mas sinalizam alta de investimentos no PIB

A queda da produção industrial em fevereiro, a segunda consecutiva, mostrou que a indústria continua fraca e deve pesar negativamente no crescimento da economia no primeiro trimestre. Mas não tirou o ânimo de economistas do mercado com o Produto Interno B

Cícero Cotrim e Gabriela Jucá (via Agência Estado)

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Escrito por Cícero Cotrim e Gabriela Jucá (via Agência Estado)
Publicado em 03.04.2024, 16:36:00 Editado em 03.04.2024, 16:44:02
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A queda da produção industrial em fevereiro, a segunda consecutiva, mostrou que a indústria continua fraca e deve pesar negativamente no crescimento da economia no primeiro trimestre. Mas não tirou o ânimo de economistas do mercado com o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 - inclusive devido a sinais de crescimento dos investimentos.

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A produção industrial caiu 0,3% em fevereiro, na comparação com janeiro, contrariando a mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de alta de 0,3%. Com o resultado, o carrego estatístico para o primeiro trimestre ficou negativo em 0,5% - o que significa que, se a indústria ficar parada (0,0%) em março, terá uma baixa desta magnitude no período.

Mas outros sinais foram recebidos menos negativamente. Em primeiro lugar, a queda da indústria ficou concentrada nas indústrias extrativas (-0,9%), que tiveram forte desempenho no fim do ano passado, enquanto a indústria de transformação ficou parada (0,0%). E os bens de capital, bastante correlacionados com os investimentos no PIB, avançaram 1,8%, depois de uma alta de 9,3% em janeiro.

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O economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, deixou inalterada a projeção de crescimento do PIB no primeiro trimestre, de 0,4%, e em 2024, de 1,7%, após a divulgação dos números. Para o analista, está praticamente dado que a indústria terá um desempenho negativo no período, mas isso não invalida a expectativa de recuperação da economia nos próximos meses.

Ele menciona o crescimento da produção de bens de capital e de insumos típicos da construção civil - de 5,2% na comparação interanual - como fatores que corroboram a expectativa de algum crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF). Ao mesmo tempo, a redução da taxa Selic e o mercado de trabalho ainda forte vão contribuir para a economia, ele diz.

"O ponto é que a FBCF deve ser positiva, por causa dessa recuperação forte dos bens de capital em janeiro e fevereiro, e que a construção também está indo bem", afirma. "Começando a aumentar um pouco o investimento, e com o consumo começando a reagir na margem, tem uma indicação de um PIB qualitativamente melhor."

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Avaliações similares aparecem nas declarações de outros analistas. O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Daniel Xavier, citou o carrego estatístico positivo no primeiro trimestre para os bens de capital e bens de consumo duráveis - de 9,9% e 7,4%, nesta ordem - como evidência de que o PIB do ano deve ser forte. O tracking da casa para o primeiro trimestre continuou indicando expansão de 0,8% e a projeção para o ano foi mantida em 2,3%.

Em um relatório divulgado nesta manhã, o economista da XP Investimentos Rodolfo Margato também apresentou ponderações similares. Nas contas dele, a produção de bens de capital já cresceu 11,3% em relação a dezembro, na série com ajuste sazonal, o que fortalece a expectativa de recuperação dos investimentos ao longo deste ano. "A nossa projeção para a FBCF de 2024, atualmente em 2%, tem viés altista", afirma.

A XP manteve a expectativa de crescimento de 0,75% para o PIB do primeiro trimestre, com alta de 0,4% na indústria. Para o PIB total, a projeção é de crescimento de 2%.

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