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Crise hídrica restringe oferta, derruba agro e prejudica a indústria

Se a retomada do consumo de serviços impulsionou o setor no terceiro trimestre, choques de oferta na agropecuária e na indústria foram decisivos para o desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB) como um todo. A seca histórica que atingiu o País no

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.12.2021, 21:24:00 Editado em 02.12.2021, 21:32:31
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Se a retomada do consumo de serviços impulsionou o setor no terceiro trimestre, choques de oferta na agropecuária e na indústria foram decisivos para o desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB) como um todo. A seca histórica que atingiu o País no inverno leva boa parte da culpa. Por causa da estiagem, a agropecuária registrou queda de 8% sobre o segundo trimestre, pior resultado nessa base de comparação desde o primeiro trimestre de 2012, quando a queda foi de 19,6%.

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Além da seca, que golpeou em cheio a segunda safra de milho, o inverno foi marcado por geadas que atingiram as plantações de café e os canaviais. "O terceiro trimestre nos lembrou de que a atividade agropecuária é inerente aos efeitos do clima", disse o coordenador do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Renato Conchon.

A ausência da soja

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O terceiro trimestre, normalmente, é mais fraco para a agropecuária. Isso ocorre porque a principal cultura do País, a soja, é colhida, principalmente, no primeiro trimestre, gerando impactos econômicos concentrados na primeira metade do ano. Tanto que o desempenho no ano como um todo deverá apresentar crescimento, porque a soja passou mais ou menos ilesa pela estiagem, lembrou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O tombo na atividade agrícola no terceiro trimestre foi resultado da combinação da saída dos efeitos econômicos da safra de soja com o fato de praticamente todas as principais culturas típicas do período terem sido atingidas pelo clima. Segundo o IBGE, o mau desempenho da agropecuária foi influenciado por perdas de café, algodão, milho e cana-de-açúcar, e na pecuária, especialmente na criação de bovinos.

"Normalmente, para o setor agropecuário, todo o terceiro trimestre de cada ano é, em média, pior do que o segundo, em virtude da sazonalidade do setor. Neste ano, este resultado negativo foi agravado pelos efeitos climáticos muito severos", explicou Conchon.

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Para 2022, as perspectivas são melhores, porque as chuvas começaram no momento certo, em outubro, e têm vindo em volume positivo em relação às médias históricas. Por outro lado, escassez e encarecimento de insumos, agravados pelas elevadas cotações do dólar, que abalam a indústria desde o início da pandemia, poderão atrapalhar também a safra de 2021/2022, disse Conchon.

A crise hídrica também atrapalhou a indústria. O PIB industrial teve variação nula no terceiro trimestre ante o segundo, puxado para baixo pela atividade de produção e distribuição de eletricidade, gás e água, que recuou 1,1%. Isso porque a geração de eletricidade encareceu. Segundo Rebeca Palis, do IBGE, a crise de energia ajudou a puxar o PIB brasileiro para baixo nos últimos dois trimestres.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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