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Copom vê manutenção compatível com convergência para o redor da meta no horizonte relevante

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que optou por manter a Selic em 10,50% ao ano de maneira unânime, defendeu que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta a

Célia Froufe e Fernanda Trisotto (via Agência Estado)

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Escrito por Célia Froufe e Fernanda Trisotto (via Agência Estado)
Publicado em 06.08.2024, 08:28:00 Editado em 06.08.2024, 08:35:18
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A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que optou por manter a Selic em 10,50% ao ano de maneira unânime, defendeu que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Conforme o documento divulgado nesta terça-feira, 6, pelo BC, a avaliação é de que a política monetária se manterá contracionista por tempo suficiente em patamar que não só consolide o processo desinflacionário como também a ancoragem das expectativas.

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"O Comitê, unanimemente, optou por manter a taxa de juros inalterada, destacando que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela", diz o documento. A ata pontua que, sem prejudicar o objetivo de assegurar a estabilidade de preços, a decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.

A ata reitera que o Comitê se manterá vigilante e eventuais ajustes futuros na taxa de juros "serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta". O colegiado ainda destaca que a conjuntura atual tem um processo desinflacionário que tende a ser mais lento, com a ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador. Essa conjuntura demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.

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Projeções

A ata do último encontro do Copom seguiu o comunicado da decisão de manter a Selic em 10,50% ao ano e passou a trazer as projeções da instituição para o primeiro trimestre de 2026, que é o horizonte relevante atual para a política monetária, segundo o colegiado. De acordo com a autarquia, a estimativa está em 3,4% no cenário de referência e em 3,2% no cenário alternativo do período.

O BC também indicou que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no cenário de referência para o ano calendário de 2024, está em 4,2% e para 2025, em 3,6%, também conforme constava do documento divulgado na última quarta-feira, 31.

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A meta de inflação é de 3,0% para este ano, levando-se em conta o ano-calendário. A partir de 1º de janeiro de 2025, entra em vigor a nova sistemática de apuração, de meta contínua, estabelecida pelo decreto 12.079/2024, cujo objetivo também é de 3,0%.

No cenário de referência, a trajetória para a taxa de juros é extraída da Pesquisa Focus e a de câmbio partiu de R$ 5,55 por dólar, conforme o comunicado do Copom, evoluindo segundo a Paridade do Poder de Compra (PPC). As expectativas da Focus usadas na reunião passada foram de 4,1% para 2024 e de 4,0% para 2025. Ainda neste cenário, as projeções para a inflação de preços administrados estão em 5,0% para este ano e em 4,0% para o próximo - ante 4,4% e 4,0%, respectivamente, do encontro anterior.

Já no cenário alternativo, que o colegiado voltou a usar desde a reunião de junho, as previsões do BC são de 4,2% para a inflação de 2024 e de 3,4% para a de 2025. Neste caso, a Selic é mantida constante ao longo do horizonte relevante.

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O Comitê informou ainda no comunicado, e agora na ata, que em ambos os cenários o preço do petróleo segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente. Além disso, o Copom adotou a hipótese de bandeira tarifária "verde" em dezembro de 2024 e de 2025.

Sem indicação para postura na próxima reunião

No comunicado e na ata, o Copom não indicou qual será o ritmo de corte de juros na próxima reunião, marcada para os dias 17 e 18 de setembro.

A ata volta a destacar o cenário externo adverso, com a incerteza sobre impactos e extensão da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos.

No cenário doméstico, voltaram a surpreender o mercado de trabalho e a atividade econômica, em particular o consumo das famílias, por divergirem do cenário de desaceleração previsto. Mas a nova elevação das projeções de inflação para o horizonte relevante de política monetária, apesar dos juros, e a desancoragem adicional das expectativas de inflação desde a reunião anterior são fatores de atenção.

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