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Copom repete na ata que julga como pouco provável intensificação adicional do ritmo de ajustes

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve na ata da reunião de setembro a avaliação já dada na reunião anterior, de agosto, de que é "pouco provável" uma intensificação do ritmo de cortes da taxa Selic, considerando o atual passo de

Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)

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Escrito por Thaís Barcellos e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)
Publicado em 26.09.2023, 08:32:00 Editado em 26.09.2023, 08:37:41
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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve na ata da reunião de setembro a avaliação já dada na reunião anterior, de agosto, de que é "pouco provável" uma intensificação do ritmo de cortes da taxa Selic, considerando o atual passo de queda de 0,50 ponto porcentual. Além disso, reforçou a necessidade de manter a política monetária ainda contracionista pelo horizonte relevante até que se consolide a convergência da inflação para a meta e a ancoragem de expectativas. Na semana passada, o Copom reduziu a Selic pela segunda vez consecutiva, de 13,25% para 12,75% ao ano. "Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o Copom na ata divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira, 26. "O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva", repetiu o BC como na ata de agosto. Nesse contexto, o colegiado reafirmou as condições que indicariam uma maior confiança nesse processo, como "uma reancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou uma dinâmica substancialmente mais benigna do que a esperada da inflação de serviços". Segundo o comitê, o ritmo de 0,50 ponto porcentual conjuga o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária e o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência. O Copom ainda considerou que o cenário inspira cautela. "Não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela, reforçando a visão de serenidade e moderação que o Comitê tem expressado." Em relação à extensão do ciclo de afrouxamento monetário, o Copom também reforçou a necessidade de manter uma política monetária "ainda" contracionista pelo horizonte relevante. O colegiado repetiu que o tamanho do ciclo ao longo do tempo vai depender da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos. "O Comitê mantém seu firme compromisso com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e reforça que a extensão do ciclo refletirá o mandato legal do Banco Central."

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Projeções

A ata do último encontro do Copom indicou que a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024, horizonte prioritário do BC para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,5% no cenário de referência. A estimativa, que já havia sido informada no comunicado da semana passada, é levemente superior aos 3,4% estimados no Copom anterior, em agosto, e segue acima do centro da meta de 3,0%. Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,1% - um pouco acima do alvo central de 3,0% para o ano -, contra 3,0% em agosto. Para 2023, a expectativa do BC no cenário de referência é de 5,0%, também ligeiramente mais alta do que a projeção do Copom anterior (4,9%), e ainda acima do teto da meta de 4,75%, indicando o terceiro ano consecutivo de rompimento do objetivo principal do BC. Todas as projeções já constavam no comunicado da semana passada, quando o Copom continuou o ciclo de corte da Selic (a taxa básica de juros) com queda de 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 12,75% ao ano. O cenário de referência pressupõe a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 4,90 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, a premissa é de que o barril de petróleo segue aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e sobe a 2% ao ano na sequência. O BC ainda considera a hipótese de bandeira tarifária "verde" na conta de luz para o fim de 2023, de 2024 e de 2025. No comunicado e na ata, o Copom indicou que deve manter o mesmo ritmo de corte de juros nas próximas reuniões. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário." O colegiado ainda destacou que o orçamento total de queda da Selic vai depender da "evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".

Administrados

Em relação aos preços administrados, a ata repetiu as projeções já informadas no comunicado de 10,5% para 2023, 4,5% para 2024 e 3,6% para 2025. Em agosto, as projeções eram de 9,4%, 4,6% e 3,5%, respectivamente.

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