O Ibovespa zerou a queda vista mais cedo nesta quarta-feira, 5, renovando máxima e tentando defender o nível dos 119 mil pontos. O movimento ocorre apesar do recuo da maioria das bolsas americanas, que voltaram a operar após o feriado de ontem nos Estados Unidos. Lá fora, pesam os renovados temores de uma recessão mundial, após a divulgação de dados PMIs de serviços sugerindo fraqueza da economia chinesa, japonesa e da zona do euro em junho.
Por um lado, o desaquecimento tende a ajudar a controlar a inflação, fazendo com que os principais bancos centrais não precisariam subir tanto os juros, embora o aumento da percepção de recessão, sem dúvida, é ruim, avalia Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos.
Apesar do impasse em torno da pauta econômica interna, o investidor demonstra confiança no avanço dessa agenda no Congresso. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chamou lideranças da Casa para uma reunião na manhã de hoje, na residência oficial, para debater essas questões, apurou o Estadão/Broadcast. Lira tenta destravar as votações da reforma tributária, do projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e das alterações do Senado no arcabouço fiscal.
No final da manhã, Lira disse à GloboNews que a ideia é votar o primeiro turno da reforma tributária amanhã à noite.
Segundo Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, a expectativa de avanço da pauta econômica do governo no Congresso é o que norteia os negócios. "O Lira é peça importante e quer votar a reforma tributária até sexta-feira", diz.
Conforme Moura, apesar das dúvidas em relação a essas questões, o Brasil tem endereçado bem os seus problemas. "A inflação está desacelerando, as incertezas com o novo governo diminuíram e o Brasil está à frente em termos de política monetária. Começou a subir os juros antes do resto do mundo e vai começar a cortar antes", acrescenta o sócio da Finacap.
"O Brasil tem de aproveitar os fatores internos favoráveis", afirma Takeo.
Além de Lira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez coro à reforma, após se reunir com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nesta manhã para discutir o texto da reforma tributária. "O governador fez várias ponderações, e manifestou apoio à reforma, mesmo sabendo que São Paulo terá um desafio, que está disposto a entrar, colocando os interesses nacionais acima de questões regionais e partidárias, o que é muito importante pensando no futuro do Brasil", destacou Haddad.
Na avaliação do analista da Ouro Preto Investimentos, a tendência é de aprovação do arcabouço fiscal no Congresso. "A principal dúvida é em relação à reforma tributária", diz, completando que os sinais dados hoje pelo ministro Fernando Haddad podem ser bem vistos.
Para a Guide Investimentos, "um atraso nas votações dessas medidas pode gerar algum ruído no mercado", cita em nota.
Na terça-feira, o Índice Bovespa fechou em baixa de 0,50%, aos 119.076,37 pontos, em meio ao impasse em torno da agenda econômica do governo no Congresso. Às 11h31 desta quarta, o Índice Bovespa subia 0,53%, aos 119.710,38 pontos, na máxima, ante mínima aos 118.688,39 pontos, com recuo de 0,33%.
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