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Commodities animam Ibovespa, mas NY e ruído político são riscos

A valorização firme das commodities estimula nesta segunda-feira, 8, alta do Ibovespa, que tenta mirar a marca dos 106 mil pontos, após fechar com elevação de 2,91%, aos 105.148,48 pontos, na sexta-feira. Em recuperação, o petróleo segue em recuperação e

Maria Regina Silva (via Agência Estado)

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Escrito por Maria Regina Silva (via Agência Estado)
Publicado em 08.05.2023, 11:30:00 Editado em 08.05.2023, 11:34:42
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A valorização firme das commodities estimula nesta segunda-feira, 8, alta do Ibovespa, que tenta mirar a marca dos 106 mil pontos, após fechar com elevação de 2,91%, aos 105.148,48 pontos, na sexta-feira. Em recuperação, o petróleo segue em recuperação e sobe acima de 2%, enquanto o minério de ferro terminou a sessão em Dalian, na China, com ganho de 5,02%, a US$ 104,29.

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Dentre os fatores que atrapalham o Índice Bovespa são as quedas das bolsas em Nova York e os ruídos políticos no Brasil, envolvendo a Eletrobras e, de novo, a taxa Selic. Além disso, a agenda está esvaziada aqui e lá fora pode estimular volatilidade.

"A agenda é fraca hoje, mas ganhará força a partir de amanhã. Aqui, as atenções estão voltadas para a ata do Copom e o CPI dos Estados Unidos", afirma a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese.

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Na visão da economista, o comunicado do Comitê do Banco Central (BC) na semana passada, quando a Selic foi mantida em 13,75% ao ano, foi "hawkish", no sentido de não deixar, por ora, espaço para corte da Selic. "Achei super duro o comunicado do Copom", diz.

Enquanto a ata será divulgada amanhã pelo BC, o índice de inflação ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos relativo a abril sairá na quarta-feira. Destaque ainda para a decisão de política monetária do Banco Central da Inglaterra, o BoE, na quinta, que provavelmente elevará seus juros de novo. A decisão ocorrerá quase uma semana depois de o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) aumentar seus juros em 25 pontos-base e sinalizar que pode ter encerrado o atual ciclo de aperto monetário.

"Por ora permanece firme a aposta de que o Federal Reserve encerrou seu ciclo de aperto monetário e que irá iniciar uma flexibilização ao longo do segundo semestre, algo ainda incerto", escreve em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Conforme ele, o CPI norte-americano deverá fornecer novos elementos para esta avaliação dos juros.

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Embora o payroll, o relatório de emprego dos EUA, divulgado na sexta, tenha mostrado mais vagas do que o esperado em abril, houve sinais de algum desaquecimento, observa Helena, da B.Side. "O salário médio subiu, a taxa de desemprego caiu, mas houve algumas revisões pesadas, indicando que o mercado de trabalho não está tão aquecido, reforçando a ideia de pausa nos juros dos Estados Unidos."

No Brasil, o tema "preços" também é destaque, só que hoje. O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) apresentou deflação de 1,01%, superando a mediana negativa das projeções (-0,99%). Além disso, a pesquisa Focus mostrou alívio na mediana das expectativas para o IPCA fechado deste ano (a 6,02%, de 6,05%) e do seguinte (a 4,16%, de 4,18%). O resultado deve reforçar a pressão do governo para corte da Selic, cujas estimativa na Focus seguiu inalterada para este ano, o seguinte e o de 2025, mas subiu de 8,88% para 9,00% em 2026.

"A Focus também ajuda melhora de humor. É a primeira vez em quase um mês que a projeção cede. Isso melhora o cenário e claro, principalmente pensando em política monetária", avalia a economista-chefe da B.Side.

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No sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar ser contrário ao nível atual do juro básico, que está em 13,75%, e ainda afirmou que pretende recorrer da privatização da Eletrobras. Para Helena, como a pressão do governo para corte da Selic não é mais novidade, vai perdendo relevância. Porém, ao mencionar o caso da Eletrobras, o assunto preocupa. "Não acredito que tentarão reverter a privatização agora pois tem outros assuntos que são prioridade, mas ao falar que tentará, pega mal", analisa.

As ações da Eletrobras reagem negativamente, ao passo que as da Petrobras, positivamente, por conta do petróleo e ainda em razão das noticias sobre a empresa. A petrolífera aprovou, por exemplo, a decisão final de investimentos do bloco BM-C-33, operado pela Equinor, localizado no pré-sal da Bacia de Campos, no Estado do Rio de Janeiro.

Outra influência de alta para o Ibovespa são os papéis da Braskem, após a Novonor (antiga Odebrecht) afirmar que recebeu propostas não vinculante sobre a compra do controle da petroquímica. Na sexta, as ações da Braskem saltaram 23%, influenciadas por ruídos de que a Adnoc, maior petroleira dos Emirados Árabes, estaria se juntando ao fundo americano Apollo para formalizar uma proposta pelo controle da maior petroquímica da América Latina.

Às 11h08, o Ibovespa subia 0,85%, aos 106.059,90 pontos, depois de abertura aos 105.161,13 pontos (alta de 0,01%) e máxima aos 106.449,24 pontos, quando subiu 1,24%. Petrobras avançava em torno de 1%, enquanto Vale tinha elevação de 2,30%. Itaú PN subia 0,35%. O banco informou lucro líquido gerencial de R$ 8,435 bilhões no primeiro trimestre de 2023, 14,6% superior ao observado no mesmo intervalo de 2022 e em linha com a estimativa do Prévias Broadcast.

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