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Comércio eletrônico perde fôlego com juro alto e pandemia arrefecida

Os juros altos e o arrefecimento da pandemia provocaram uma queda de 10,5% nas vendas do comércio eletrônico brasileiro no terceiro trimestre do ano, segundo a empresa de dados Neotrust. Os balanços das maiores varejistas do comércio eletrônico corroboram

Talita Nascimento (via Agência Estado)

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Escrito por Talita Nascimento (via Agência Estado)
Publicado em 17.11.2022, 08:54:00 Editado em 17.11.2022, 08:58:09
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Os juros altos e o arrefecimento da pandemia provocaram uma queda de 10,5% nas vendas do comércio eletrônico brasileiro no terceiro trimestre do ano, segundo a empresa de dados Neotrust. Os balanços das maiores varejistas do comércio eletrônico corroboram o levantamento - Via, Americanas e Magalu fecharam o terceiro trimestre com prejuízo.

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"Há uma combinação no terceiro trimestre que é a desalavancagem operacional (vendas fracas) e o custo da taxa Selic no patamar em que está. Essa é uma combinação com a qual é difícil gerar rentabilidade", afirmou Roberto Fulcherberguer, CEO da Via, dona da Casas Bahia e do Ponto, ao Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A Via apresentou prejuízo líquido contábil de R$ 203 milhões no trimestre. O número é 68% menor do que o do mesmo período de 2021.

A Via até registrou alta de 3,7% na receita bruta das lojas físicas. No digital, porém, viu a venda do estoque próprio cair 10,6% e ficar em R$ 3,5 bilhões. Nas operações de lojistas virtuais que vendem dentro do marketplace do grupo, a queda foi ainda maior, de 41,9%, para R$ 1,1 bilhão.

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O chefe de inovação e marketplace da Via, Helisson Lemos, disse aos investidores que o volume negociado no shopping virtual da companhia deve voltar a subir no futuro. "Será uma curva em J", disse. Ele afirmou que a companhia cresce na venda de produtos de valor médio menor, o que, apesar de fazer o volume negociado evoluir mais devagar, acaba funcionando como uma estratégia de marketing para estar mais próximo do cliente.

Já a Americanas anunciou que suas lojas físicas tiveram alta de 12,4% na receita bruta. No entanto, a plataforma de comércio eletrônico registrou queda de 14,4% no período. A empresa também relacionou a retração principalmente à baixa demanda por itens mais caros, bem como à "decisão da companhia de ser menos agressiva comercialmente nas categorias de tíquete alto, como eletrônicos, buscando preservar a margem bruta".

Produtos mais caros

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No documento de balanço, a companhia afirmou que o desempenho foi afetado pela forte desaceleração das categorias de alto tíquete médio, como eletrônicos - que sentem mais o impacto dos juros. Além disso, a gestão disse que decidiu ser menos agressiva comercialmente para preservar a margem bruta "em um cenário de baixa demanda e alta competição". A Americanas teve prejuízo líquido de R$ 212 milhões no terceiro trimestre - um ano antes, havia lucrado R$ 241 milhões.

Rentabilidade

No caso do Magazine Luiza, apesar do prejuízo de R$ 166,8 milhões no trimestre (revertendo um lucro de R$ 143,5 milhões no mesmo período de 2021), as vendas do comércio eletrônico tiveram uma leve alta, de 2,6%, chegando a R$ 10,3 bilhões. A alta modesta, em tempos de queda no setor, virou comemoração. "Ganhamos mercado aumentando a rentabilidade ao mesmo tempo. Geralmente, é fácil subir margens perdendo mercado, mas conseguimos as duas coisas ao mesmo tempo", disse Roberto Bellissimo, diretor financeiro do Magazine Luiza.

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Em relação ao prejuízo, Bellissimo destacou o impacto dos juros. "O CDI saiu praticamente de 2% para 14%. Isso é temporário", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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