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Com risco pré-Fed, Ibovespa cai 0,52%, aos 102 mil pontos

Com a manutenção da aversão a risco no exterior, na véspera da aguardada decisão do Federal Reserve sobre juros, em que parte do mercado já se posiciona para um aumento maior na taxa de referência dos EUA (em 0,75 ponto porcentual), o Ibovespa não escapou

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 14.06.2022, 17:47:00 Editado em 14.06.2022, 17:49:37
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Com a manutenção da aversão a risco no exterior, na véspera da aguardada decisão do Federal Reserve sobre juros, em que parte do mercado já se posiciona para um aumento maior na taxa de referência dos EUA (em 0,75 ponto porcentual), o Ibovespa não escapou da oitava perda seguida, em desempenho não visto desde maio de 2012. Nesta terça-feira, 14, a referência da B3 oscilou entre 101.325,28 e 103.327,73, para fechar o dia em baixa de 0,52%, aos 102.063,25 pontos, assim como ontem no menor nível de encerramento desde 10 de janeiro. Mais fraco do que na sessão anterior, o giro financeiro ficou em R$ 23,8 bilhões. Na semana, o Ibovespa cede 3,24%, colocando as perdas do mês a 8,34% e as do ano a 2,63%.

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"Com a inflação atingindo recordes por toda parte, os bancos centrais têm elevado o tom, e os juros, para controlar os preços em alta. Se, por um lado, juros mais altos ajudam a combater a inflação, também desaquecem a economia. Quanto maiores as altas, mais forte o freio na atividade e maior a preocupação", resume Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos. Assim, o temor em relação à maior economia do mundo, os Estados Unidos, deixa de ser quanto ao grau de desaquecimento da atividade, mas sobre quando eventual recessão irá se impor.

Em Nova York, depois de o S&P 500 abrir o dia ensaiando alguma recuperação, acabou também cedendo terreno, em baixa de 0,38% no fechamento. "Todas as atenções seguem voltadas para as reuniões de política monetária amanhã, tanto a do Copom como a do Fed. Estava muito claro que o aumento nos juros americanos seria de meio ponto, e que aqui também seria meio ponto de alta, mas com esses dados recentes sobre inflação, mais fortes lá fora, o cenário fica meio turvo, o que se reflete na volatilidade que temos visto", diz Wagner Varejão, especialista da Valor Investimentos.

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Nesta terça-feira, o desempenho positivo de Petrobras (ON +0,89%, PN +1,13%) - embora moderado em direção ao fechamento, com a mudança de sinal do petróleo - e das utilities, puxadas por Eletrobras ON (+3,37%) e PNB (+2,36%) - ambas ações na ponta do Ibovespa -, contribuiu para mitigar os efeitos do dia negativo para Vale (ON -0,20%), siderurgia (Usiminas PNA -2,60%, Gerdau PN -2,27%) e bancos (Itaú PN -0,67%, Bradesco PN -1,01%, Santander -1,11%). Na ponta negativa do Ibovespa, destaque para Via (-10,20%), CVC (-6,70%) e Positivo (-5,94%). No lado oposto, além das duas ações de Eletrobras, CPFL Energia (+3,15%), WEG (+1,81%) e Totvs (+1,30%).

"Ontem o Ibovespa já estava no menor patamar desde janeiro, então ali na região dos 101.945 pontos - fechou ontem nos 102,5 mil pontos. Na segunda-feira, apesar do forte movimento de baixa, o índice respeitou o suporte imediato dos 102.390 pontos, deixado no pregão de 10 de maio, que continua a ser a referência mais importante do momento: se rompido pode levar o índice a buscar os 100.850", observa Heytor Bortolucci, analista técnico na Genial Investimentos.

"O Ibovespa já vinha em baixa nas sete sessões anteriores à de hoje, tendo perdido força no começo do mês quando chegou aos 112,7 mil pontos durante a sessão do dia 2. Hoje, chegou a subir 0,7%, aos 103,3 mil pontos, mas a aversão a risco global não ajudou, com quedas que já vinham da sessão asiática. Muito se fala de eventual perda dos 100 mil pontos, o que dependerá muito da leitura do mercado sobre os próximos indicadores econômicos e como estes vão se refletir na atuação dos bancos centrais - com atenção especial para a 'super quarta-feira', amanhã", acrescenta o analista gráfico.

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