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Com risco fiscal, Ibovespa volta a renovar mínima do ano, abaixo dos 120 mil

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Com a atenção global concentrada, à tarde, na decisão de política monetária do BC dos Estados Unidos, e aos comentários do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, o Ibovespa se manteve, ao fim sem sucesso, na defesa dos 120 mil pontos, após ter retomado um degrau, aos 121 mil, no dia anterior.

Em paralelo à entrevista coletiva de Powell, falas da ministra do Planejamento, Simone Tebet, sobre o que o governo pode fazer em relação a controle de gastos resultou em acentuação de perdas na Bolsa, enquanto os índices de Nova York ganhavam impulso com as declarações do presidente do Fed, que manteve sobre a mesa, como "plausível", a chance de até dois cortes de juros ainda este ano nos EUA.

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Por sua vez, em audiência na Comissão Mista do Orçamento nesta tarde, no Congresso, Tebet mencionou que a revisão de gastos públicos é uma tarefa compartilhada entre o Planejamento e toda a equipe econômica, e o que deve ocorrer é uma "requalificação", não um "spending review" revisão de gastos - o que pode ter sido interpretado como falta de ênfase com relação a controle de despesas.

Desde cedo, o risco fiscal vinha descolando os ativos domésticos do que se via no exterior, ante o que foi lido como derrota e enfraquecimento político do ministro Fernando Haddad (Fazenda), na devolução da MP do PIS/Cofins pelo Senado.

"O Senado devolveu, ontem, a medida provisória do governo para restringir o uso de crédito tributário por parte das empresas. A devolução é uma derrota para o Haddad, que propôs a medida como uma compensação à desoneração da folha de pagamentos. E isso acaba resultando em desconfiança, em incerteza dos investidores com relação aos gastos públicos", diz Christian Iarussi, sócio da The Hill Capital, referindo-se também à abertura observada na curva de juros doméstica, em razão do risco fiscal, e um nível já próximo a R$ 40 bilhões de fluxo de retirada de recursos estrangeiros da Bolsa em 2024.

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Nesse contexto de aversão a risco induzida por fatores internos, as perdas na B3 se espalharam desde a manhã entre as blue chips, as ações de primeira linha. No fechamento, com o Ibovespa em queda de 1,40%, aos 119.936,02 pontos, no menor nível de encerramento desde 9 de novembro, então aos 119 mil, as perdas do dia chegavam a 2,11% e 2,42% para Petrobras ON e PN, respectivamente, com Vale ON em baixa de 1,38% e retração de até 2,07% em BB ON, entre os grandes bancos.

Desde 28 de maio, é a nona renovação de mínimas do ano, em fechamento, pelo Ibovespa - no mesmo intervalo, houve 11 sessões. Pela liquidez, as grandes ações de commodities e de instituições financeiras são vistas como portas de entrada e de saída preferencial do investidor estrangeiro - um fluxo externo que, até o dia 10, mostrava retração de R$ 39 bilhões no ano.

O giro desta quarta-feira de Fed e de ruídos políticos subiu para R$ 58,6 bilhões na B3, em dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa. Na semana, o índice da B3 cai 0,69% e, no mês, cede 1,77%, elevando as perdas acumuladas em 2024 a 10,62%. Na ponta perdedora do Ibovespa na sessão, destaque para Magazine Luiza (-7,96%), Cogna (-7,14%), Dexco (-4,91%) e Raízen (-4,64%). No lado oposto, Embraer (+2,99%), MRV (+1,02%), Klabin (+0,84%) e Weg (+0,71%) - ao fim, 11 das 86 ações do Ibovespa conseguiram evitar perdas nesta quarta-feira.

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Até a fala de Tebet ganhar volume para o mercado, prevalecia sentimento um pouco mais favorável, desde o exterior, com a atenção voltada até então ao comunicado sobre a decisão de juros do Federal Reserve e aos comentários iniciais de Powell.

"Era amplamente esperada a manutenção das taxas de juros do Fed nesta quarta-feira na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano, com atenção, como sempre, concentrada na entrevista de Jerome Powell, na medida em que o comunicado não trouxe qualquer novidade ou sinalização. Cenário econômico permanece incerto e o comitê de política monetária continua atento aos riscos em torno da inflação, o que justificou a manutenção dos juros no atual patamar", diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos.

"Quando se olha para as projeções, houve revisão para cima no quadro para os juros em 2024, corrigido hoje para o que o mercado em geral vinha precificando, ou seja, apenas um corte na taxa este ano, que colocaria os juros na faixa de 5% a 5,25% no fim do ano", acrescenta a economista, referindo-se também a ajuste para cima nas projeções dos integrantes do Fed para a taxa no próximo ano. "Mercado estaria posicionado ainda para corte de juros em setembro, que tenderia a ser mesmo apenas um em 2024", diz Camila, mencionando também a leitura benigna da inflação ao consumidor nos Estados Unidos em maio, divulgada nesta manhã.

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Na entrevista de Powell, contudo, o mercado tomou nota, positivamente, da referência do presidente do Fed de que seriam "plausíveis" tanto o cenário de um como também o de dois cortes nas taxas de referência do BC americano ainda em 2024, o que deu impulso em especial às ações de tecnologia, reunidas no Nasdaq (+1,53% no fechamento do dia), consideradas mais sensíveis aos juros. A sessão foi positiva também para o índice amplo de Nova York, o S&P 500, em alta de 0,85% - e assim como o Nasdaq, em nova máxima histórica de fechamento.

Desde julho de 2023, observa a economista-chefe da Veedha, os juros de referência dos Estados Unidos estão no intervalo entre 5,25% e 5,50%: na avaliação do Federal Reserve, seria o patamar necessário, ainda hoje, para garantir a convergência da inflação, atualmente em 3,3% ao ano, à meta de 2%, acrescenta Camila.

"O comitê de política monetária do Fed manteve a cautela e aguarda novos dados da economia para a tomada de decisões. No comunicado, o Fomc ressaltou que a atividade econômica vem se expandindo em ritmo sólido. A criação de empregos continua forte, com taxa de desemprego ainda baixa", observa Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

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