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Com risco externo, Ibovespa cai 2,73%, aos 102,6 mil, menor nível desde 10/1

Com a aversão a risco externa, o Ibovespa fechou nesta segunda-feira, 13, em baixa de 2,73%, aos 102.598,18 pontos, engatando a sétima perda e igualando em extensão a série da segunda quinzena de abril, entre os dias 14 e 26 daquele mês. Agora, a inclinaç

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 13.06.2022, 17:52:00 Editado em 13.06.2022, 17:59:00
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Com a aversão a risco externa, o Ibovespa fechou nesta segunda-feira, 13, em baixa de 2,73%, aos 102.598,18 pontos, engatando a sétima perda e igualando em extensão a série da segunda quinzena de abril, entre os dias 14 e 26 daquele mês. Agora, a inclinação do ajuste é maior em pontos, com o Ibovespa acumulando retração de quase 9,8 mil ante o fechamento do último dia 2, comparados a 8,5 mil pontos naquela ocasião. O nível de fechamento nesta segunda-feira foi o menor desde 10 de janeiro (101.945,20 pontos), tendo saído, em 2 de junho (112.392,91), do maior nível de encerramento desde 20 de abril. Assim, perto do fim da primeira quinzena do mês, a referência da B3 acumula perda de 7,86% em junho, passando do positivo ao negativo no ano (-2,12%), após a recuperação de maio (+3,22%) ante abril (-10,10%).

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Devolvendo a relativa melhora do começo da tarde, quando o Ibovespa conseguia se manter acima dos 103 mil pontos, o índice acompanhou a piora em Nova York no fim da sessão, em que tanto S&P 500 como Nasdaq chegaram a assinalar perdas na casa de 4%. Na mínima de hoje, o Ibovespa foi aos 101.699,55 pontos, também o menor nível intradia desde 10 de janeiro, saindo de máxima a 105.476,39 pontos, quase correspondente à abertura da sessão (105.478,15 pontos). Em porcentual, foi a maior queda do Ibovespa desde 5 de maio (-2,81%). O giro foi de R$ 31,5 bilhões nesta segunda-feira.

A aversão a risco neste começo de semana superou a da última sexta, quando dados de inflação nos Estados Unidos, acima do esperado, já favoreciam recalibragem de expectativas para os futuros passos do Federal Reserve, cujo comitê de política monetária, o Fomc, volta a se reunir nesta semana, assim como o Copom. A expectativa por aumento de meio ponto na taxa de referência do Fed se mantém para a reunião, mas há grande apreensão para o comunicado da instituição, após a decisão desta quarta-feira. Dessa forma, a curva de juros e o câmbio também reagiram por aqui, com a moeda americana à vista chegando a R$ 5,1374 na máxima da sessão.

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Hoje, o índice amplo de Nova York (S&P 500) fechou em queda de 3,88%, enquanto o tecnológico (Nasdaq) mergulhou 4,68%. "As ações dos EUA só tinham um caminho a percorrer. Os temores de inflação se intensificaram, e aumentou o risco de aperto mais forte do Fed e de uma recessão muito mais cedo. Wall Street está enfrentando uma infinidade de notícias negativas, mas o problema é que, até vermos deterioração nas condições de crédito e no funcionamento do mercado, o Fed tem luz verde para apertar ao máximo", aponta em nota Edward Moya, analista da OANDA em Nova York, destacando o retorno do S&P 500 para o "bear market", em viés de baixa sustentada em relação ao pico histórico mais recente - e a disfunção observada no volátil terreno das criptomoedas.

Na B3, desde a manhã, o dia foi de forte correção nas ações de companhias aéreas (Gol, -14,46%, Azul -10,92%) e viagens (CVC -11,72%) - respondendo à escalada do dólar (+2,54%, a R$ 5,1151 no fechamento) - e para as ações de varejo (Via -9,89%, Petz -9,87%, Americanas ON -8,74%), expostas à demanda doméstica. Ações e setores de peso no índice, como Vale (ON -3,17%) e as de siderurgia (CSN ON -6,06%, Gerdau PN -5,32%), também mostraram perdas acima do índice de referência. Apenas quatro ações do Ibovespa conseguiram fechar a sessão no positivo: Cielo (+1,32%), Suzano (+0,70%), Energias BR (+0,64%) e Taesa (+0,30%).

"A inflação nos Estados Unidos, muito acima do esperado para maio, continuou a causar reflexos hoje, desde antes da abertura do mercado por aqui. O aperto monetário por lá ainda não está surtindo o efeito esperado, e os juros precisarão subir mais, o que afetará a orientação da política monetária de outras grandes economias, como a europeia", diz Charo Alves, especialista da Valor Investimentos. "Juros para cima e crescimento travado afetam de fato a renda variável, com a fuga dos investidores para a segurança em ativos de renda fixa, principalmente do Tesouro americano", acrescenta.

"Os mercados caíram forte antes da 'superquarta', também com os anúncios de mais casos de covid na China. Assim, as perdas começaram na sessão da Ásia e se estenderam para os mercados da Europa e dos Estados Unidos, com forte avanço do índice do medo, o VIX, em Nova York", diz Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, chamando atenção para o vencimento de opções sobre ações na sexta-feira na B3, pós-feriado de Corpus Christi e pós-deliberações do Fed e do Copom - ainda na quarta-feira (15), há o vencimento de opções sobre o Ibovespa.

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