Em semana que trará novos dados importantes para a orientação da política monetária dos Estados Unidos, o dia foi de cautela e moderação, na B3 como em Wall Street. Sem destaques de peso para orientar os negócios nesta primeira sessão, o Ibovespa acompanhou o sinal de Nova York na maior parte do dia, e fechou ainda em baixa de 0,65%, aos 128.340,54 pontos, bem mais perto da mínima (128.278,26) do que da máxima (129.307,41) da sessão, em que saiu de abertura aos 129.176,34 pontos. Nas duas primeiras sessões de março, o índice acumula perda de 0,39%, após a leve alta de 0,12% na última sexta-feira. O giro de hoje foi de R$ 17,8 bilhões.
Em Nova York, os principais índices de ações operaram no negativo em boa parte da sessão, e o S&P 500 chegou a reagir no fim da tarde, em leve alta, mas assim como Nasdaq (-0,41%) e Dow Jones (-0,25%), também fechou em baixa, de 0,12%. "Dia de agenda mais vazia nesta abertura de semana, aqui e no exterior, com o Ibovespa em baixa em torno de 0,5%, e as small caps cedendo cerca de 1,5% à tarde. Sem catalisadores novos, o Ibovespa acompanhou Nova York na maior parte do dia", resume Rafael Schmidt, sócio da One Investimentos.
"Apesar da agenda fraca na abertura, a semana trará dados importantes, especialmente com foco no Fed, com nova fala de Jerome Powell - e, na sexta, haverá o payroll de fevereiro, o relatório oficial sobre o mercado de trabalho americano. Assim, o dia foi de cautela também em Wall Street, com o aumento dos rendimentos dos Treasuries em toda a curva", diz Leticia Cosenza, sócia e especialista da Blue3 Investimentos.
Mais cedo, no início da tarde, entre as ações de maior peso no índice, Petrobras se mantinha como a exceção positiva, contribuindo para moderar as perdas do Ibovespa na sessão. Mas, assim como Itaú (PN -0,76%, na mínima do dia no fechamento) e Santander (Unit -0,28%), que chegaram a esboçar reação, as ações da petroleira devolveram os ganhos e fecharam em baixa de 0,39% (ON) e de 0,25% (PN). O dia foi negativo também para Vale (ON -0,22%) e para o setor metálico (CSN ON -2,28%, Gerdau PN -1,79%).
Os demais nomes de maior liquidez na B3, contudo, não mostraram perdas muito acentuadas na sessão, o que contribuiu para a contenção do Ibovespa nesta abertura de semana. Na ponta ganhadora do índice, destaque para IRB (+10,10%), com sinais de recuperação nos resultados e elevação da recomendação para o papel; Embraer (+4,33%), com encomendas de jatos pela American Airlines para atender à demanda por voos regionais nos Estados Unidos, e BRF (+2,89%). No lado oposto, Pão de Açúcar (-7,22%), Petz (-5,73%) e Alpargatas (-4,57%).
"As quedas refletem a continuidade da tendência baixista para ativos de varejo em geral: o mercado busca avaliar o preço justo para as ações e aproveita oportunidades de trade nos ativos. Diante da tendência de baixa, aumenta a quantidade de operações de venda a descoberto, gerando um fluxo vendedor que aprofunda as quedas - e esse movimento pode ser comprovado mediante aferição das taxas de aluguel das ações, que seguem subindo", diz Felipe Castro, sócio da Matriz Capital.
Por outro lado, "no exterior, ainda há otimismo com relação às aplicações da Inteligência Artificial, o que estimula o apetite por ativos associados, no setor de tecnologia, com a Nasdaq vindo já de recorde na sexta-feira", diz Leticia Cosenza, da Blue3. Aqui, nas commodities, além das incertezas sobre a economia chinesa, que afetam diretamente os preços do minério de ferro - hoje em leve recuo de 0,11% em Dalian -, o petróleo, também em baixa nesta segunda-feira, reage ao prolongamento dos cortes voluntários de produção sinalizado pela Opep+, acrescenta a analista.
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