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Com geada, estimativas de inflação superam 7%

As geadas da semana passada e as esperadas até amanhã vão pressionar o preço dos alimentos e se somar a um cenário já complexo para a inflação, que está fazendo economistas reverem as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) d

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 30.07.2021, 17:00:00 Editado em 30.07.2021, 17:08:34
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As geadas da semana passada e as esperadas até amanhã vão pressionar o preço dos alimentos e se somar a um cenário já complexo para a inflação, que está fazendo economistas reverem as projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2021. As estimativas começam a ultrapassar os 7%, quase dois pontos porcentuais acima do teto para a inflação perseguido pelo Banco Central. Se isso se verificar, o País registrará neste ano a maior inflação desde 2015, quando foi de 10,67%.

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O Santander, por exemplo, prevê hoje um IPCA de 6,7%, mas, diante da alta esperada nos alimentos e da crise hídrica - que deve pressionar os preços em geral -, os economistas do banco já falam em patamares mais elevados. "Com todos os riscos atuais, a cara do IPCA é mais para 7,3%", diz o economista Daniel Karp.

A consultoria Tendências projeta atualmente 6,1%, mas, segundo o economista Marcio Milan, esse número será revisto nos próximos dias. "Claramente, o viés é de alta", diz.

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A XP, que ainda projeta 6,7%, divulgou um relatório ontem em que afirma ver a possibilidade de que o aumento dos preços ultrapasse os 7%. Segundo a economista Tatiana Nogueira, autora do documento, a empresa deve esperar o início da semana que vem para analisar o impacto das geadas que devem ocorrer até amanhã e, então, mudar oficialmente sua estimativa para a inflação.

As projeções atuais contrastam com o que se esperava no início do ano, quando se tinha a expectativa de que os preços aumentassem por volta de 3,5% em 2021. Até agora, a principal alavanca da inflação foi a gasolina, que, segundo a Tendências, deve subir 24,5% com o aumento da demanda global decorrente do reaquecimento econômico. Nos últimos meses, a crise hídrica também passou a ser motivo de preocupação. Diante da falta de água e dos consequentes reajustes na conta de luz, a alta na energia já acrescentou 0,68 ponto porcentual ao IPCA e poderá adicionar mais 0,13 ponto caso um novo reajuste seja aprovado - como é esperado -, de acordo com o Santander.

Agora, é a vez de a geada dar mais um impulso à inflação. Por enquanto, as produções de café, hortaliças e frutas foram as que tiveram as maiores perdas. Com a redução da oferta, os preços devem subir rapidamente. A XP calcula que esse efeito possa significar mais 0,1 ponto porcentual ao IPCA. "Apesar de ser um aumento menor, esse risco é o mais provável. Os agricultores já estão reportando perda na produção. Isso vai bater provavelmente nos preços coletados na semana que vem", diz Tatiana, da XP. O outro risco no radar da economista é uma elevação maior nos preços dos serviços em decorrência da reabertura da economia. Segundo ela, esse movimento pode acrescentar mais 0,2 ponto porcentual à inflação.

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Prejuízo no campo

No Santander, o impacto da geada fez os economistas elevarem a projeção do IPCA de alimentos de 7% para 8,2% neste ano. Só no Estado de São Paulo, a perda na produção deve ficar, em média, entre 15% e 20%, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faesp). O vice-presidente da entidade, Tirso Meirelles, classificou a geada da semana passada como a pior desde 1975 para o setor.

A geada registrada ontem também causou prejuízo em praticamente todo o interior do Estado. Em Itapetininga, 20 hectares de pasto cultivados pela criadora Maria Cândida Soares Silva terminaram de "queimar" na madrugada passada. Ela precisou alimentar com ração no curral as vacas de leite da raça Jersey. "O pasto foi adubado e estava muito bom. Na geada passada, ressecou o capim mais alto, mas agora pegou até a raiz", lamentou.

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Em Piedade, houve perda de morangos. Em Apiaí, plantações de banana foram atingidas. Alguns produtores salvaram parte da produção ensacando os cachos. Também houve prejuízos no Vale do Ribeira, maior região produtora de bananas do Estado. / COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA, DE SOROCABA

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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