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Com aversão global, Ibovespa inicia agosto em baixa de 0,20%, aos 127,3 mil

O Ibovespa lutou até o meio da tarde por sinal positivo neste primeiro fechamento de agosto, após a recuperação vista nos dois meses anteriores, especialmente em julho, quando subiu 3%. Mas, do meio para o fim da tarde, o índice da B3 não conseguiu resist

Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)

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Escrito por Luís Eduardo Leal (via Agência Estado)
Publicado em 01.08.2024, 17:59:00 Editado em 01.08.2024, 18:02:23
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O Ibovespa lutou até o meio da tarde por sinal positivo neste primeiro fechamento de agosto, após a recuperação vista nos dois meses anteriores, especialmente em julho, quando subiu 3%. Mas, do meio para o fim da tarde, o índice da B3 não conseguiu resistir à forte correção em Nova York nesta abertura de mês e também à pressão no câmbio, que foi negociado a R$ 5,74 na máxima desta quinta-feira.

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Assim, o Ibovespa fechou o dia em baixa de 0,20%, a 127.395,10 pontos, entre mínima de 127.149,63 (-0,39%) e máxima de 128.761,54 pontos (+0,87%) na sessão, em que saiu de abertura aos 127.652,02 pontos.

O giro financeiro foi a R$ 23,8 bilhões na sessão. Na semana, o Ibovespa recua 0,08% e, no ano, acumula perda de 5,06%.

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A aversão global que prevaleceu nesta quinta-feira colocou o ouro - um típico ativo defensivo, buscado em momentos de risco econômico e geopolítico - no maior nível histórico intradia na Comex, de Nova York, a US$ 2.506,60 por onça-troy. Em Nova York, os principais índices de ações fecharam com perdas entre 1,21% (Dow Jones) e 2,30% (Nasdaq) a sessão, em que o índice de volatilidade (VIX) atingiu o maior nível desde abril, refletindo o aumento da percepção de risco.

No dia seguinte à celebração de sinais mais brandos do Federal Reserve sobre a orientação da política monetária nos Estados Unidos, vieram dados mais fracos tanto sobre a economia americana como sobre a chinesa, as duas maiores do mundo, o que resultou em retomada de temores sobre o nível de atividade global. E, como pano de fundo, as tensões geopolíticas no Oriente Médio que afetam diretamente os preços de commodities, como o petróleo (em baixa de 1,63% no Brent), e reforçam a demanda por dólar, a principal referência entre as moedas.

"Houve realização de lucros forte em Nova York após a decisão de ontem do Federal Reserve. O mercado ansiava muito pela expectativa de o corte de juros se materializar em setembro, e foi o que se teve ontem, com o tom dovish, flexível, mostrado pelo Fed", diz Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. "Hoje veio um ajuste, em meio a uma temporada de resultados trimestrais volátil, que traz nesta noite dois nomes importantes: Apple e Amazon", acrescenta.

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Na B3, "seis das 10 empresas mais pesadas do Ibovespa tiveram dia negativo", aponta Anderson Silva, sócio da GT Capital, destacando a forte pressão observada no câmbio especialmente à tarde, que lançou o dólar à vista a R$ 5,74 no pico da sessão. Vale ON fechou em baixa de 2,24%, enquanto Petrobras ON e PN cederam, respectivamente, 1,85% (na mínima do dia no fechamento, a R$ 39,85) e 1,52%. Na ponta perdedora do Ibovespa, Dexco (-4,38%), Embraer (-4,09%) e Cogna (-3,95%). No lado oposto, Vivo (+4,31%), Weg (+4,30%) e Marfrig (+3,71%).

"A manutenção da taxa de juros no Brasil aconteceu - porém, o governo ainda não fez ação que melhore o cenário com relação ao fiscal, o que deixou os vencimentos futuros de DI mistos na sessão, com parte deles ainda exigindo prêmio maior. O governo diz 'baixe os juros', o mercado diz 'suba os juros', e o Banco Central faz malabarismo para equilibrar tudo isso", acrescenta Silva.

Para Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos, a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom), de manter, conforme esperado para a noite da quarta-feira, a Selic em 10,50% ao ano, foi acompanhada por comunicado "duro, mas inteligente", no qual se reconhece a "deterioração das expectativas, a piora do quadro fiscal e a depreciação do câmbio".

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"Os riscos exigem uma política monetária apertada por mais tempo", aponta Boragini em nota, na qual ressalva não ter havido, no comunicado da noite da quarta, "qualquer indicação" de que o Copom planeja aumentar a taxa de juros, ao contrário de receios que vinham sendo precificados na curva de juros futuros.

No câmbio, a superação de níveis como o de R$ 5,70 aciona ordens de 'stop loss', o que resulta em vendas automáticas de ativos denominados em real e em aumento da demanda por dólares, observa em nota Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike. "Dados econômicos fracos nos Estados Unidos, como os que mostraram, hoje, desaceleração da atividade industrial e aumento dos pedidos de seguro-desemprego, fortalecem o dólar como ativo de refúgio", acrescenta.

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