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Com a pandemia sob controle, inflação dos serviços tem alta de 8%

Com o arrefecimento da pandemia, os brasileiros voltaram a frequentar bares e restaurantes e a viajar. Mas se defrontaram com a alta da inflação dos serviços. Em 2022, a inflação de serviços teve alta de 8%, índice que continuou acelerando neste início de

Márcia de Chiara e Luiz Guilherme Gerbelli (via Agência Estado)

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Escrito por Márcia de Chiara e Luiz Guilherme Gerbelli (via Agência Estado)
Publicado em 24.02.2023, 13:01:00 Editado em 24.02.2023, 13:10:47
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Com o arrefecimento da pandemia, os brasileiros voltaram a frequentar bares e restaurantes e a viajar. Mas se defrontaram com a alta da inflação dos serviços. Em 2022, a inflação de serviços teve alta de 8%, índice que continuou acelerando neste início de ano. Em 12 meses até janeiro, foi para 8,35%, e a perspectiva é de que alcance 8,85% neste mês, nas contas do economista Fabio Romão, da LCA Consultores.

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A mudança de hábito com a queda nos registros de casos de covid-19 impulsionou a subida de preços dos serviços, e os prestadores, por sua vez, aproveitaram para repassar os aumentos de custos. Isso explica, segundo o economista, a alta dos preços no segmento.

O economista Heron do Carmo, professor sênior da FEA/USP, também lembra que o salário mínimo é importante na formação de preços dos serviços, um setor intensivo em mão de obra. "Tivemos um aumento do salário até um pouquinho acima da inflação, o que é bom, mas isso contribui para a inércia inflacionária", diz. Na prática, isso mantém os preços dos serviços sob pressão.

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FUGA

Como efeito desse quadro, consumidores já tentam "escapar" da inflação de serviços. Pesquisa da consultoria Bain & Company, feita no fim do ano passado, mostra que 38% das cerca de 1,5 mil pessoas ouvidas passaram a reduzir as idas a restaurantes e cafés. Elas voltaram a fazer refeições e a consumir bebidas em casa.

Esse foi o caso do representante comercial Roberto Proença, de 58 anos. Ele faz parte de um grupo de dez amigos que tinham o hábito de sair uma vez por mês para beber. Diante da alta de preços dos bares e restaurantes, passaram a se reunir em casa.

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Nas contas de Proença, a mudança compensa. Uma caipirinha de cachaça, por exemplo, que custa no bar entre R$ 28 e R$ 35, sai por no máximo R$ 8 quando preparada em casa. "Esse foi um jeito de continuar a ter um lazer, encontrar os amigos, comer e beber o que se gosta, e gastando bem menos", afirma. Proença acredita que a alta dos preços do gás, da eletricidade e da mão de obra pressionaram os custos dos bares.

No acumulado de 12 meses até janeiro, a alimentação fora de casa aumentou 7,82%, acima, portanto, do índice geral, que subiu 5,77% no período.

"Nós passamos muito tempo sem conseguir subir (os preços), especialmente na pandemia", afirma Paulo Solmucci, presidente executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). "De junho do ano passado para cá, quando os (preços dos) alimentos começaram a dar uma certa folga, passamos a recuperar um pouco dessa margem."

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Um levantamento realizado pela entidade em janeiro aponta que 40% dos empresários do setor repassaram para seus preços a média da inflação e 10%, acima do índice.

"Existe uma defasagem de inflação de alimentos que não conseguimos repassar. Dessa forma, o nosso setor, provavelmente, vai subir preços acima da inflação neste ano também. É impossível continuar operando com mais da metade das empresas sem fazer lucro", afirma Solmucci.

A pesquisa da entidade também indicou que 19% dos empresários operam seus negócios com prejuízo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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