Às vésperas da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) manifestou-se favorável à continuidade do ciclo de cortes de juros. "O mais apropriado, neste momento, é manter o ritmo de corte de 0,25 na Selic. A medida contribuirá para mitigar o custo financeiro suportado pelas empresas e pelos consumidores, sem comprometer o combate à inflação", defende o presidente da CNI, Ricardo Alban, em nota divulgada há pouco.
A avaliação da entidade é que a Selic, atualmente em 10,5% ao ano, ainda está em um patamar muito alto e atua no sentido de contrair a atividade econômica, dificultando o acesso ao crédito e, consequentemente, reduzindo o crescimento econômico. A indústria entende que "a continuidade do ciclo de cortes de juros amenizará esses prejuízos sem comprometer o controle da inflação, uma vez que a política monetária continuará bastante contracionista".
A avaliação majoritária do mercado, no entanto, é de que o Copom irá manter a Selic estável em 10,5% ao ano. Segundo o Projeções Broadcast, essa é a expectativa de 43 de 50 casas consultadas (86%).
A CNI argumenta ainda que, mesmo que o Copom decida por uma redução de 0,25 ponto porcentual, a taxa de juros real ficará em 6,4% ao ano. "Isso significa que a taxa de juros real ainda estará 1,9 ponto porcentual acima da taxa de juros real neutra - aquela que não estimula nem desestimula a atividade econômica, estimada pelo Banco Central em 4,5%", diz a nota.
"Os reflexos dessa política monetária ficam claros quando se observa o comportamento da atividade econômica. As previsões apontam que o crescimento do PIB deve ser menos intenso este ano do que foi no ano passado: 2,9% em 2023, contra previsão de 2,08% em 2024, segundo o Relatório Focus."
Para a CNI, o atual comportamento da inflação não justifica a interrupção do ciclo de cortes na Selic, "que seria precipitada e inadequada".
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