O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu a votação da reforma tributária e a redução da taxa básica de juros, a Selic, como ferramentas para fomentar a retomada da industrialização no País. Na fala, Andrade criticou a posição contrária de alguns governadores em relação ao texto da matéria, que deve ser votada nesta quinta-feira, 6.
"Nós apoiamos firmemente essa reforma tributária que esperamos que seja votada hoje e achamos inacreditável que, quando o governo passado não apoiava a reforma tributária, todos os governadores apoiavam. Agora, quando o governo federal apoia a reforma tributária, alguns governadores se colocam contrários", declarou, em reunião que marca a reativação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI). "É inacreditável como essas coisas podem acontecer no Brasil", acrescentou.
Dentre as medidas que o setor precisa para a industrialização, Andrade também fez críticas à taxa de juros, a 13,75% ao ano. "Nós precisamos de crédito, com juros baixos", disse. Andrade, então, citou uma "batalha" travada para a redução da taxa. "Acho que temos todas as condições para que comece a haver essa redução de juros no Brasil", comentou.
Na avaliação do presidente da CNI, o atual governo tem dado a importância necessária para a reindustrialização. Ele, contudo, apontou uma divergência no mundo: enquanto no Brasil sempre houve uma discussão se o País precisava de uma política industrial, o mundo tinha certeza da necessidade dessa política.
De acordo com ele, a indústria, que inclui a agroindústria, representa quase 80% das exportações brasileiras e 63% dos investimentos em inovação e tecnologia. "É um setor industrial que dá competitividade para agricultura, agropecuária e setor de serviços", disse.
Segundo ele, no entanto, a indústria recebeu, nos últimos anos, um sexto do subsídio que é dado ao setor agrícola. "Essa diferença fez com que houvesse desindustrialização precoce", pontuou.
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