O clima quente e seco registrado em setembro impulsionou o consumo de energia elétrica, que subiu 5,2% na comparação anual, a maior alta deste ano. Os destaque foram os consumos das residências e do comércio, enquanto a indústria registrou um crescimento mais tímido, mostra a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgada nesta terça-feira, 31. De acordo com a EPE, a confiança do consumidor também pode ter ajudado no aumento.
O consumo nacional de energia elétrica atingiu 44.462 gigawatts-hora (GWh) em setembro. Entre as classes de consumo, a residencial teve alta de 9,1% e a comercial, de 8,5%. Na indústria, o consumo subiu 1,9%, com destaque para os setores de alimentos (+6,5%), extração de minerais metálicos (+5,9%), e metalúrgico (+2,6%). Apenas 19 dos 37 setores pesquisados na indústria tiveram alta de consumo, segundo a EPE.
No acumulado em 12 meses, o consumo nacional registrou 520.210 GWh, alta de 2,3% em comparação ao período imediatamente anterior. A classe residencial acumula alta de 5,1%, na mesma comparação, enquanto a comercial subiu 3,2% nos últimos 12 meses e a industrial, 1,1%.
"Mais uma vez, recordes de temperaturas para o mês impulsionaram o consumo, e a melhora da confiança do consumidor pode ter contribuído", disse a EPE na Resenha.
Segundo a autarquia, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC/FGV) seguiu a tendência de alta dos últimos quatro meses, mas diminuiu o ritmo de elevação e obteve um aumento de apenas 0,2 pontos, passando para 97 pontos. Esse nível de confiança é o mesmo de fevereiro de 2014, desde então esse indicador estava apresentando valores inferiores. Em comparação ao mesmo mês do ano anterior, a elevação do ICC foi mais expressiva, da ordem de 8 pontos.
"A elevação da confiança do consumidor pode influenciar tanto o consumo residencial, como também o consumo das demais classes", informou a EPE.
O mercado livre respondeu por 40,8% do consumo nacional de energia elétrica em setembro, com 18.135 GWh, registrando crescimento de 6,8% no consumo e de 24,4% no número de consumidores, na comparação com setembro de 2022. Já o mercado cativo, atendido pelas distribuidoras, respondeu por 59,2% do consumo nacional de eletricidade, com 26.327 GWh, alta de 4,1%, enquanto o número de unidades consumidoras aumentou 1,9% no mesmo período, apesar da migração para o mercado livre.
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