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Cenário global ainda tem riscos que podem levar à reprecificação de ativos, afirma Comef, do BC

O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central voltou a dar destaque para os riscos do cenário global na ata do seu 56º encontro, que manteve o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em 0%. O colegiado e

Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)

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Escrito por Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)
Publicado em 28.02.2024, 09:03:00 Editado em 28.02.2024, 09:08:50
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O Comitê de Estabilidade Financeira (Comef) do Banco Central voltou a dar destaque para os riscos do cenário global na ata do seu 56º encontro, que manteve o Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil) em 0%. O colegiado enfatizou que a alta volatilidade e o nível elevado das taxas de juros de longo prazo nas economias centrais, em especial nos Estados Unidos, e incertezas em torno do crescimento na China, têm impactado as condições financeiras internacionais.

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"O cenário global prospectivo ainda apresenta riscos que podem levar à materialização de cenários de reprecificação de ativos financeiros globais. Incertezas acerca da extensão do período de juros elevados e dos níveis de equilíbrio das taxas de juros no longo prazo, preocupações quanto à sustentabilidade fiscal, e suscetibilidade dos mercados a eventuais disrupções de oferta resultantes de conflitos geopolíticos são alguns dos fatores que contribuem para a manutenção de riscos para os preços de ativos em patamar elevado", apontou o documento.

O BC lembra que a quebra de bancos regionais nos EUA e as dificuldades de grandes bancos europeus no começo do ano passado mostraram que há vulnerabilidades acumuladas que podem escalar para a materialização de crise financeira sistêmica. Por outro lado, a ata destaca que as economias emergentes têm mostrado resiliência diante do cenário externo adverso, ainda que fatores de vulnerabilidade permaneçam.

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"O sistema financeiro internacional tem se mostrado resiliente, adaptando-se à dissipação dos choques recentes e à trajetória de desinflação em curso, embora ainda haja sinais de vulnerabilidades localizadas", considera a ata.

O BC detalha que continua a observar nos EUA a contração do crédito em alguns segmentos - em especial nos mais sensíveis a taxas de juros - e o aumento de provisões. Além disso, a elevada exposição de bancos menores ao setor imobiliário corporativo, que continua sob estresse, segue sendo ponto de atenção. "Não obstante o alívio desde o Comef anterior, as condições financeiras mantêm-se restritivas", alerta o texto.

A ata cita a volatilidade dos juros americanos de longo prazo, e incertezas sobre a política monetária de países centrais, a trajetória de crescimento da China e os impactos de eventos geopolíticos - como as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. "Neste contexto, a eficiente gestão de riscos, de capital e de custos de captação segue bem mais importante e desigualmente mais desafiadora para alguns intermediários menores ou especializados em segmentos mais impactados", avalia o BC.

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Ao mesmo tempo, o Comef assegura que as autoridades têm atuado para manter a confiança nos sistemas financeiros. A ata cita as propostas de medidas nos EUA para endereçar riscos de estabilidade financeira e fortalecer o capital do sistema bancário, enquanto na China há medidas para conter efeitos sistêmicos da crise no setor imobiliário e fortalecer a supervisão financeira e a prevenção e resolução dos riscos financeiros.

"O Comef avalia que a exposição do Sistema Financeiro Nacional ao risco da taxa de câmbio é baixa e a dependência de funding externo é pequena. A transparência, previsibilidade e credibilidade na condução das políticas monetária, fiscal e macroprudencial são essenciais para mitigar os riscos sistêmicos", completa a ata.

Mais uma vez, o Comitê garante que está atento à evolução dos cenários doméstico e internacional e segue preparado para atuar, de forma a minimizar eventual contaminação desproporcional sobre os preços dos ativos locais. "O Comitê segue entendendo que políticas macroeconômicas que aumentem a previsibilidade fiscal, que reduzam os prêmios de risco e a volatilidade dos ativos contribuem para a estabilidade financeira e, consequentemente, melhoram a capacidade de pagamento dos agentes", acrescenta o documento.

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