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Cautela externa e temor fiscal local empurra Ibovespa para baixo

A cautela externa pela espera dos mercados de sinais da política monetária norte-americana, na quarta-feira, e pelo avanço das tensões entre Ucrânia e Rússia, se junta ao crescimento de temores fiscais locais, após a sanção da peça orçamentária deste ano.

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 24.01.2022, 11:26:00 Editado em 24.01.2022, 11:32:52
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A cautela externa pela espera dos mercados de sinais da política monetária norte-americana, na quarta-feira, e pelo avanço das tensões entre Ucrânia e Rússia, se junta ao crescimento de temores fiscais locais, após a sanção da peça orçamentária deste ano. Neste ambiente, o índice Bovespa dá continuidade à queda de sexta-feira (-0,15%, aos 108.941,68 pontos) após veto de R$ 3,184 bilhões, mas verba de R$ 1,7 bilhão para reajuste de servidores públicos federais.

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O Ibovespa também fica na defensiva, dado que seguem preocupações em relação à proposta do governo de zerar impostos dos combustíveis, que deve aliviar marginalmente a inflação e, de outro lado, reduzir consideravelmente as receitas, elevando as atenções no fiscal.

Depois de tentar defender os 108 mil pontos na abertura, ainda que em queda, o Ibovespa aprofundou as perdas e foi à mínima de 107.617,55 pontos (-1,22%), seguindo a cautela externa em semana de decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), e interna, após a sanção do Orçamento de 2022 pelo governo.

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"O mercado local parece que está entrando na realidade. Lá fora está pesando muito. Aqui, há os problemas com o Orçamento e a PEC dos combustíveis", avalia o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, ao lembrar das recentes altas do índice Bovespa.

Às 11h05, o Ibovespa cedia 1,15%, aos 107.685,64 pontos. No pré-mercado de ações dos EUA, recuo também supera 1%, com o futuro do Nasdaq até chegando perto de -1,5%. A desvalorização do Ibovespa vem após duas semanas seguidas de ganhos (de 4,10% e 1,80%).

"Temos uma agenda carregada mais lá fora do que no Brasil esta semana. Então, deve ser uma semana de muita cautela", avalia Paulo Henrique Vieira, sócio da Delta Flow Investimentos, completando que há outras variáveis que tendem a reforçar este quadro cauteloso e gerar volatilidade, como a tensão entre Rússia e Ucrânia. "O Fed decisão de política monetária na quarta vai ditar o comportamento dos juros daqui para frente", afirma, completando que a sanção do Orçamento de 2022 traz mais dúvida e estresse quanto ao fiscal.

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Conforme Welington Filho, especialista de renda variável da Blue3, os olhos dos mercados estão concentrados na reunião de política monetária dos EUA. "Estão precificando quatro altas de juros a partir de março. Caso o Fed mude a expectativa do mercado, de manutenção do juro na quarta, vai assustá-lo, dado que isso ainda não foi precificado", afirma.

O recuo de 2,82% do minério de ferro no porto chinês de Qingdao, a US$ 133,48 por tonelada, também reforça a queda do Ibovespa, assim como o declínio do petróleo no exterior.

Mais cedo, o petróleo tentou alta, à medida que tensões geopolíticas na Ucrânia e no Oriente Médio intensificam preocupações com um quadro de oferta já restrita. Por causa das tensões entre Ucrânia e Rússia, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considera enviar vários milhares de soldados, bem como navios de guerra e aeronaves, para aliados da Otan no Báltico e na Europa Oriental.

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Em meio aos esforços para conter a escalada inflacionária, o Fed deve indicar abertamente a perspectiva de um primeiro aumento dos juros no encontro seguinte, em março, estima o economista Silvio Campos Neto, da Tendências. "Além da recomposição dos juros, os agentes também esperam sinais sobre a redução do balanço, em meio aos esforços para reverter os picos inflacionários."

Além de preocupações dos mercados enquanto aguardam uma sinalização do Fed e por questões geopolíticas, a aversão ao risco externa ainda é composta por uma rodada de indicadores "ruins" na Europa e cautela de investidores com balanços corporativos importantes nos EUA esta semana.

"Sairão balanços importantes nos EUA, como Apple, IBM, MCDonald's, entre outros. Temos de acompanhar. Dependendo vão abalar os mercados, inclusive no Brasil, diz Welington Filho, da Blue3, lembrando que na semana passada os mercados reagiram negativamente após as divulgações dos balanços do Goldman Sachs e da Netflix.

Segundo ele, a iminente alta dos juros nos EUA reforça ainda mais a atenção com esses resultados, dado que juro mais alto reflete em custos maiores para as empresas.

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