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Cautela externa e cenário fiscal duvidoso dificultam recuperação do Ibovespa

Julho e o segundo semestre começam sob preocupações já conhecidas dos investidores: inflação alta que requer postura mais agressiva por parte dos bancos centrais mundiais e tende a reforçar temor recessivo. Nesta sexta-feira, 1º de julho, uma série de div

Maria Regina Silva (via Agência Estado)

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Escrito por Maria Regina Silva (via Agência Estado)
Publicado em 01.07.2022, 10:53:00 Editado em 01.07.2022, 10:58:40
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Julho e o segundo semestre começam sob preocupações já conhecidas dos investidores: inflação alta que requer postura mais agressiva por parte dos bancos centrais mundiais e tende a reforçar temor recessivo. Nesta sexta-feira, 1º de julho, uma série de divulgações de índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial em várias partes do globo - principalmente Europa e Japão - indica fragilidade da atividade, ao passo que a inflação segue galopante na zona do euro.

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Agora, investidores ficam em compasso de espera pela divulgação do PMI norte-americano, para avaliar o estado da economia, como observa a MCM Consultores. No Brasil, sai a balança comercial de junho.

Assim, o Ibovespa inicia o mês e último dia da semana em queda. Porém, a sexta-feira pode não ficar avessa à volatilidade e a um giro financeiro ainda mais baixo, dado que na segunda-feira os mercados ficam fechados nos Estados Unidos por conta do feriado do Dia da Independência.

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O sentimento de deterioração fiscal do Brasil também fica no radar após a aprovação ontem no Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que eleva benefícios e impõe estado de emergência. O pacote teve o acréscimo de mais um benefício - um auxílio-gasolina para taxistas -, e seu custo chega agora a R$ 41,2 bilhões.

No exterior, o sinal é de baixa. "Bolsas recuam na Europa e nos EUA. Juro americano de 10 anos abaixo de 3% e fortalecimento do dólar sugerem que a cautela com a perspectiva de recessão prossegue", avalia em nota a MCM Consultores. No fechamento do primeiro semestre, o quadro negativo ficou evidente, com o S&P 500 registrando o pior semestre desde 1970.

Como avalia Lucas Carvalho, especialista em renda variável da Blue3, o quadro para os mercados deve continuar complicado na segunda parte de 2022. O analista enumera fatores que já influenciaram os negócios no primeiro semestre e que tendem a persistir gerando cautela.

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"Guerra na Ucrânia, inflação alta, política monetária apertada, incertezas com a covid-19 na China. No Brasil, teremos a volatilidade natural das eleições. O cenário deve continuar desafiador", cita Carvalho. Contudo, pondera que o quadro "desafiador" também pode ser um período de oportunidades para alguns ativos.

Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 1,08%, aos 98.541,95 pontos, amargando desvalorização de 11,50% em junho, atingindo o recuo mais intenso para o mês em 20 anos. "Temos de passar novamente o nível de 100 mil pontos com consistência para almejar a possibilidade de 103 mil e 104 mil pontos. Não podemos perder os 98 mil pontos pois poderia complicar bastante", recomenda em comentário matinal o economista Álvaro Bandeira.

"Precisamos esperar o rompimento do fundo anterior em 97.700 para confirmar o movimento de queda", acrescenta em relatório Pam Semezzato, analista da Clear Corretora.

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Apesar dos continuadores temores externos e internos, sobretudo quanto ao fiscal, a alta do petróleo de mais de 2% estimula valorização de ações do setor, inclusive Petrobras. No entanto, a despeito sinais de retomada da China, o minério de ferro fechou em queda de 5,21% no porto chinês de Qingdao e cedeu em torno de 7% em Dalian, pesando nos papéis do segmento metálico. Vale ON diminuía o ritmo de baixa, caindo 0,34%, às 10h39.

Nesse mesmo horário, o Ibovespa tinha recuo de 0,48%, aos 98.069,46 pontos, após cair 0,97%, na mínima intradia aos 97.584,62 pontos. Petrobras subia 0,64% (PN) e 0,46% (ON)

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