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Cautela externa, demissão na Petrobras e IPCA-15 alto levam Ibovespa à queda

Exterior negativo, troca no comando da Petrobras e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acima do esperado impedem nesta terça-feira, 24, o Ibovespa de dar sequência a uma série de três pregões seguidos de alta. Na segunda-feira, sub

Maria Regina Silva (via Agência Estado)

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Escrito por Maria Regina Silva (via Agência Estado)
Publicado em 24.05.2022, 10:22:00 Editado em 24.05.2022, 10:25:34
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Exterior negativo, troca no comando da Petrobras e Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acima do esperado impedem nesta terça-feira, 24, o Ibovespa de dar sequência a uma série de três pregões seguidos de alta. Na segunda-feira, subiu 1,71%, retomando a marca dos 110 mil pontos (110.345,82 pontos). Às 10h10, cedia 1,16%, aos 109.062,68 pontos, com as ações da Petrobras cedendo 3,50% (PN) e 3,13% (ON).

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O aumento das preocupações com a covid-19 na China, onde há aumento no número de casos, o que requereu a adoção de medidas restritivas mais duras, deixam os mercados em alerta, bem como sinais de recessão.

Na Europa, alguns indicadores de atividade vieram mais fracos do que o esperado. Agora, a espera é pelo PMI dos Estados Unidos e pelas palavras do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), Jerome Powell, para ver se há alguma indicação a respeito do ritmo de alta dos juros por lá.

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"Hoje é mais um dia negativo. Se há um pessimismo global e basicamente essa inflação no mundo pesa aqui no Brasil IPCA-15, tem risk-off. Há incerteza mundial e uma agenda internacional importante PMI nos EUA e Powell", avalia Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management

A demissão do presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, ontem à noite pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, incomoda os investidores, dada a interferência escancarada na empresa. No entanto, há dúvidas se de fato a nova diretoria conseguirá alterar a política de preços da estatal, o que pode atenuar eventual queda nas ações da petrolífera. Ao mesmo tempo, o petróleo testa alta, o que também pode influenciar os papéis da companhia.

O indicado para assumir a Petrobras é Caio Paes de Andrade, secretário especial de Desburocratização do Ministério da Economia, nome ligado ao ministro Paulo Guedes. Ele é formado em Comunicação Social, tem pós-graduado em administração e gestão pela Harvard University e mestre em administração de empresas pela Duke University.

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Vale ressaltar que não tem experiência comprovada no setor de petróleo, como o cargo exige.

"A notícia já era esperada. Porém, o mercado pode ficar um pouco incomodado com a indicação de Andrade, pela falta de experiência, avalia Gonçalvez, da Box. O assunto deve dominar a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da Petrobras, que acontece amanhã.

"Em um primeiro momento, o grande problema é a imagem da empresa. Depois, temos de ver o que acontecerá, se de fato o governo conseguirá alguma mudança. Isso, se acontecer, deve levar tempo. A Petrobrás é bastante blindada", avalia Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. Além disso, o IPCA-15 acima do esperado contamina alguma ações ligadas a consumo.

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A demissão é a primeira de uma série de mudanças que o governo fará na tentativa de alterar a forma de reajuste dos preços. A equipe econômica corre para encontrar formas de atenuar a inflação alta.

Hoje, a Câmara dos Deputados deve votar o projeto que baixa a alíquota de ICMS para energia, combustíveis, telecomunicações e transporte. Já ontem, a Economia anunciou nova redução de 10% nas alíquotas do Imposto de Importação de produtos comprados de países que não fazem parte do Mercosul.

Neste ambiente, o IPCA-15 de maio desacelerou. Porém, a taxa de 0,59%, ante 1,73% em abril, ficou acima da mediana de 0,45% das expectativas. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula 12,20%, o que pode reforçar a ideia de uma Selic alta por mais tempo.

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