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Cautela com cenário eleitoral e crise no Reino Unido elevam taxas futuras

Mesmo com a divulgação de mais um dado que sinalizou fraqueza da atividade doméstica e alívio do dólar, a segunda etapa do pregão desta quarta-feira, 2, foi marcada por elevação dos juros futuros a partir dos vencimentos intermediários da curva a termo, e

Arícia Martins (via Agência Estado)

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Escrito por Arícia Martins (via Agência Estado)
Publicado em 02.07.2025, 18:12:00 Editado em 02.07.2025, 18:20:11
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Mesmo com a divulgação de mais um dado que sinalizou fraqueza da atividade doméstica e alívio do dólar, a segunda etapa do pregão desta quarta-feira, 2, foi marcada por elevação dos juros futuros a partir dos vencimentos intermediários da curva a termo, enquanto os contratos curtos seguiram oscilando perto da estabilidade.

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A piora na ponta mais longa foi atribuída por agentes à cautela com o cenário eleitoral doméstico, mas ocorreu também na esteira do ambiente externo. A reação negativa dos mercados à crise política no Reino Unido, onde o governo pressiona a ministra de Finanças britânica, Rachel Reeves, a se demitir, teve impacto sobre a curva brasileira.

Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 passou de 14,924% no ajuste anterior para 14,920%. O DI com vencimento em janeiro de 2027 fechou em 14,115%, vindo de 14,105% no ajuste da véspera. O DI que vence em janeiro de 2028 subiu de 13,287% no ajuste de terça para 13,320%. O contrato de janeiro de 2029 também avançou, de 13,09% no último ajuste para 13,150%.

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O juro do Gilt (título do Tesouro do Reino Unido) de 2 anos subiu a 3,89%, o do Gilt de 10 anos avançou a 4,699% e o do Gilt de 30 anos aumentou para 5,422%. Às 18h07, a libra esterlina caía 0,81% ante o dólar.

"A abertura de juros lá fora, principalmente no Reino Unido, influenciou os juros locais", afirmou Luis Cezario, economista-chefe da Asset 1. "A produção industrial no Brasil veio neutra, dentro esperado. O noticiário interno não afetou muito a curva hoje", avaliou. Divulgada nesta quarta pelo IBGE, a produção industrial diminuiu 0,5% entre abril e maio, feitos os ajustes sazonais, desempenho em linha com a mediana de 32 instituições ouvidas pelo Projeções Broadcast.

Segundo Eduardo Velho, economista-chefe da Equador Investimentos, o tombo da indústria em maio corrobora a visão de desaceleração da atividade do setor e também do PIB brasileiro no segundo trimestre. Por outro lado, o segmento de serviços e o mercado de trabalho ainda estão "descolados" desta tendência. Assim, disse, o dado de produção industrial não teve impacto relevante na curva.

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Cezario, da Asset 1, acrescenta que também houve abertura da curva nos EUA, embora, na sessão desta quarta, o maior vetor de alta tenha vindo da Europa.

Do lado doméstico, segundo uma fonte do mercado, um 'tracking' interno da Atlas teria apontado um cenário mais favorável para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026, o que também teria pressionado a curva local, dada a preocupação com o quadro fiscal.

Durante conferência do Citi em São Paulo no início desta tarde, o Diretor de Política Monetária do BC, Nilton David, endossou a comunicação recente do Comitê de Política Monetária (Copom), ao afirmar que há dois consensos dentro do colegiado: a percepção de que a Selic em 15% está em nível restritivo; e a de que o "módulo restritivo" tem que ser maior e por período mais prolongado. As afirmações não fizeram preço no mercado de juros, mas reforçaram a avaliação de que a Selic continuará em patamar elevado por um longo período.

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