O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez na manhã desta quinta-feira uma breve avaliação sobre o corte de juros anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE) nesta manhã. Para ele, a instituição europeia se comportou de forma cautelosa ao cortar as taxas básicas de juros em 0,25 ponto porcentual. A de depósito recuou de 4% para 3,75% ao ano.
"Tivemos queda de juros cautelosa no BCE. Cortou os juros, mas fez um declaração mais dura", disse Campos Neto, participante da abertura do MKBR 24, evento sobre mercado de capitais, organizado pela B3 e a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), com apoio do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
De acordo com Campos Neto, a declaração do BCE foi feita para retirar ímpeto das expectativas de que haverá uma redução de juros muito grande.
Para ele, as condições financeiras seguem frouxas no mundo a despeito de os juros estarem altos nos Estados Unidos. "As surpresas sobre a atividade global pararam de ser tão positivas", disse, acrescentando que a inflação de serviços, por exemplo, segue forte no mundo.
Ainda, segundo o banqueiro central, há incertezas em relação ao cenário fiscal nos Estados Unidos, mas a atividade do país segue resiliente. "Começamos a ver efeitos de liquidez nas emissões soberanas de rating mais baixo", afirmou, reiterando que no momento é de onde virá a desinflação pela frente.
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