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Campos Neto: sempre que houve juro real menor, foi associado a uma percepção melhor do fiscal

A taxa real de juros do Brasil é alta na comparação com a de outros países, mas tem caído continuamente ao longo dos últimos ciclos, especialmente quando há reformas que melhoram a percepção do mercado sobre a política fiscal, disse o presidente do Banco

Cícero Cotrim e Célia Froufe (via Agência Estado)

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Escrito por Cícero Cotrim e Célia Froufe (via Agência Estado)
Publicado em 16.08.2024, 12:28:00 Editado em 16.08.2024, 12:35:37
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A taxa real de juros do Brasil é alta na comparação com a de outros países, mas tem caído continuamente ao longo dos últimos ciclos, especialmente quando há reformas que melhoram a percepção do mercado sobre a política fiscal, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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"Sempre que tivemos ou fomos capazes de trabalhar com uma taxa real menor, normalmente isso está associado a períodos em que as pessoas têm a percepção de que o fiscal estava melhor", ele afirmou, em um evento organizado pelo banco britânico Barclays, em São Paulo.

Campos Neto citou como exemplos desses momentos a aprovação do teto de gastos e a discussão sobre o novo arcabouço fiscal, no início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele afirmou que não é papel do BC falar de política fiscal, mas lembrou que ela faz parte do tripé macroeconômico.

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O presidente do BC lembrou que ainda há uma diferença grande entre as projeções do Tesouro Nacional e dos analistas do mercado para a política fiscal. "Achamos que o governo está fazendo um grande esforço para melhorar os números, e o mercado está questionando a parte estrutural do arcabouço", disse.

Pouco antes, ele disse que, embora o mercado tenha esperado um repique da taxa de desemprego a cada momento nos últimos meses, ela continua em tendência de queda.

Sem consenso sobre balanço assimétrico

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O presidente do Banco Central evitou responder se está entre os membros do Copom que consideram o balanço de riscos para a inflação assimétrico. "Nós não abrimos a avaliação de todos os membros de board porque, se fizermos isso, imagina mapear isso em tantas dimensões. E às vezes você pode ter uma opinião sobre uma dimensão, mas é conectada a outra. E a outra tem um peso do outro lado. Então eu não vou poder lhe dizer isso, mas eu provavelmente estava no grupo que pensava que tínhamos muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo", desconversou, ao ser questionado durante o Barclays Day, promovido pelo Banco Barclays, em São Paulo.

Campos Neto continuou o raciocínio dizendo que o tempo seria importante para uma nova avaliação do grupo. "Na minha opinião, há incertezas em ambos os lados. Nós estávamos muito preocupados com o fato de que o que nós pensávamos localmente não estava realmente e totalmente representado pelos dados correntes", relatou.

Há um elemento do prêmio de risco que foi adicionado a isso, de acordo com ele. "Nós pensávamos que o risco tinha duas dimensões: fiscal e monetária. Nós pensávamos que o monetário estava sob nosso controle", disse, acrescentando que o grupo acreditava ser possível reduzir esse prêmio. "É isso o que estamos tentando fazer. E nós precisamos esperar para ver o que será o efeito disso", afirmou.

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O Copom também delineou, segundo Campos Neto, as condições que são necessárias para que não haja necessidade de uma elevação dos juros. "Eu acho que mostramos isso na comunicação. Nós dissemos que vemos riscos de ambos os lados. Nós vemos mais riscos agora em números no lado de cima. Nós não explicamos especificamente que era assimétrico, porque isso não era um consenso. Algumas pessoas pensaram que era, mas outras pessoas pensaram que não era", descreveu.

O presidente do BC acrescentou que, no Copom, a avaliação era de que muitos dados, como inflação e juro longo, não estavam em sincronia com dados correntes. "E nós decidimos não explicar especificamente as futuras ações a qualquer condição, porque isso colocava mais volatilidade no sistema", argumentou, reforçando que a próxima decisão será "data dependent'.

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