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Campos Neto: primeiro erro da Argentina foi desrespeitar a autonomia do BC e depois mudar meta

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o Brasil pode aprender com erros da Argentina e citou como piores deslizes na condução da política econômica dos vizinhos o desrespeito à autonomia do Banco Central local, a mudança no regime d

Fernanda Trisotto e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)

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Escrito por Fernanda Trisotto e Eduardo Rodrigues (via Agência Estado)
Publicado em 15.08.2023, 14:45:00 Editado em 15.08.2023, 14:49:27
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o Brasil pode aprender com erros da Argentina e citou como piores deslizes na condução da política econômica dos vizinhos o desrespeito à autonomia do Banco Central local, a mudança no regime de meta de inflação e ausência de ajuste fiscal. "Podemos aprender várias coisas com a Argentina, com a sequência de erros deles. A primeira coisa foi desrespeitar a autonomia do Banco Central. A segunda foi desrespeitar o sistema de metas (de inflação) e reajustar para cima", afirmou Campos Neto nesta terça-feira, 15, em evento na sede da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE). O presidente do Banco Central também criticou a tentativa de ajuste fiscal argentina. "O ajuste fiscal foi muito lento e, no final, não teve. Ele acabou com a percepção de falta de autonomia do BC e falta de regramento monetário, gerou uma inflação em espiral", disse.

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Situação complexa

Campos Neto vê situação econômica delicada do país vizinho, com inflação descontrolada. "A Argentina está em situação complexa, com inflação rodando a 140%. Eles subiram os juros ontem (segunda-feira, 14) e a moeda desvalorizou, segue desvalorizando bastante", afirmou, no evento na sede da FPE. Ele ainda comentou que o resultado das eleições primárias do País, quando o populista de extrema direita Javier Milei foi o mais votado, reflete a preocupação da sociedade com a inflação. "O candidato que acabou se saindo melhor realmente atendeu ao apelo das pessoas de cuidar da inflação. Ele foi o único candidato que batia no tema de inflação. O que as pessoas hoje não aguentam mais na Argentina é a inflação", disse. Questionado sobre a possibilidade de dolarização da economia argentina, ele disse que seria um processo complicado, já que o País tem reservas negativas de dólar. "É complicado sair. A que preço vou fazer essa dolarização?", ponderou.

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