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Campos Neto: papel do BC como advisor não significa perda de autonomia

Na entrevista, Campos Neto ressaltou que o princípio de separação entre seus instrumentos tem regido a sua atuação com sucesso

Cícero Cotrim, Célia Froufe e Fernanda Trisotto (via Agência Estado)

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Campos Neto: papel do BC como advisor não significa perda de autonomia
Icone Camera Foto por LULA MARQUES/ AGÊNCIA BRASIL/ARQUIVO
Escrito por Cícero Cotrim, Célia Froufe e Fernanda Trisotto (via Agência Estado)
Publicado em 19.12.2024, 15:19:25 Editado em 19.12.2024, 15:19:29
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que é natural que a autarquia acabe servindo como uma espécie de "conselheira" para o governo, sobretudo pelo seu contato frequente com o mercado. Essa função não deve ser confundida com uma perda de autonomia da autoridade monetária, afirmou, em uma entrevista coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

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"O Banco Central acaba tendo uma função de comunicar o governo sobre o que está vendo em termos de mercado, em termos de fluxos internacionais, e isso não significa de nenhuma forma perda de autonomia", disse o banqueiro central. "A autonomia e o processo de transição em diversos governos vai mostrar que o BC tem essa função, é importante, mas não deveria se misturar em termos de autonomia."

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Na entrevista, Campos Neto ressaltou que o princípio de separação entre seus instrumentos tem regido a sua atuação com sucesso. "Medidas macroprudenciais servem para garantir a estabilidade financeira, o câmbio é flutuante e a taxa básica de juros serve para buscar a convergência da inflação, afirmou.

"Todas as vezes, em países emergentes, nas quais você transgrediu essa regra - ou seja, usou o câmbio para tentar controlar a inflação, ou usou a política macroprudencial como forma de política monetária - geralmente o resultado foi ruim, geralmente o resultado é perda de credibilidade. Nós não acreditamos nisso", disse.

Campos Neto acrescentou que a política monetária não pode ser feita com base nas reações do mercado no curto prazo. A economia brasileira está aquecida, ele destacou, com pressões de demanda na inflação. Por isso, a política monetária é o instrumento ideal para garantir a convergência.

"A gente não tem a interpretação de que a inflação é uma coisa que não pode ser combatida com a política monetária. A gente tem uma interpretação de que a política monetária funciona, e a gente vai usar a política monetária para atingir a meta", afirmou.

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