MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Campos Neto: Mercado entende que choque positivo no fiscal tem que vir do gasto, não da receita

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 18, que o ideal é que o pacote fiscal discutido pelo governo federal neste momento se concentre especificamente na questão do corte de gastos, sem que haja também novas medid

Daniel Tozzi Mendes e Francisco Carlos de Assis (via Agência Estado)

·
Escrito por Daniel Tozzi Mendes e Francisco Carlos de Assis (via Agência Estado)
Publicado em 18.11.2024, 14:06:00 Editado em 18.11.2024, 14:12:59
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 18, que o ideal é que o pacote fiscal discutido pelo governo federal neste momento se concentre especificamente na questão do corte de gastos, sem que haja também novas medidas focadas na ampliação de receitas, sob o risco de "interditar" o processo de melhora de percepção dos agentes com a política fiscal brasileira.

continua após publicidade

"O mercado entende hoje que para ter efeito de choque positivo tem que ser baseado em corte de gasto do que receita", frisou Campos Neto, reforçando, mais uma vez, que um juro mais baixo no Brasil só aconteceu em momentos em que houve também um choque positivo vindo da política fiscal. Assim, para ele, a ancoragem fiscal está relacionada com a política fiscal.

Nesse sentido, Campos Neto avalia que não é correta a avaliação de que o Brasil esteja numa situação de "dominância fiscal", ou seja, em que a política monetária já não teria mais efeito sobre a economia, já que há mecanismos para promover esse "choque" fiscal.

continua após publicidade

Na avaliação do banqueiro central, o governo parece estar se esforçando nesse sentido e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está focado em fazer "a lição de casa". Campos Neto pontuou que sempre considerou que o Brasil poderia se antecipar um pouco, em fazer essa lição de casa no fiscal, que a situação fiscal do Brasil "não é um desastre iminente", e que é possível corrigi-la.

As afirmações foram feitas por Campos Neto durante participação em evento da Consulting House, realizado no Insper, em São Paulo.

Durante sua apresentação, Campos Neto frisou que, ao olhar "na ponta" a questão fiscal brasileira não está muito diferente da do resto do mundo, em um contexto em que os gastos subiram com a pandemia e que há uma necessidade de cobrir esses custos agora, num esforço de se diminuir as dívidas.

Com isso, o presidente do BC apontou que a discussão agora deveria ser a geração de superávits para pagar essa conta. Ele reconheceu, porém, que é difícil, encontrar hoje nações produzindo superávits consistentes no mundo. Não à toa, acrescentou o banqueiro central, a questão fiscal foi um dos temas mais discutidos na última reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), em que ele esteve presente.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Campos Neto: Mercado entende que choque positivo no fiscal tem que vir do gasto, não da receita"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!