MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Campos Neto: independente de quem for presidente, há consenso de que BC levará inflação à meta

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta segunda-feira, 12, que, independentemente de quem seja seu sucessor no comando da autarquia no ano que vem, o BC terá um compromisso "inequívoco" de trabalhar para levar a inflação à meta.

Daniel Tozzi Mendes e Francisco Carlos de Assis (via Agência Estado)

·
Escrito por Daniel Tozzi Mendes e Francisco Carlos de Assis (via Agência Estado)
Publicado em 12.08.2024, 12:30:00 Editado em 12.08.2024, 12:34:33
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta segunda-feira, 12, que, independentemente de quem seja seu sucessor no comando da autarquia no ano que vem, o BC terá um compromisso "inequívoco" de trabalhar para levar a inflação à meta. "Temos tido mensagem inequívoca e consensual de que o BC fará o que precisar para trazer inflação para meta", frisou Campos Neto em palestra na Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo. "Isso está bem sedimentado no grupo que temos hoje e no debate que fazemos", acrescentou.

continua após publicidade

Na avaliação de Campos Neto, o BC tem se esforçado para externalizar esse compromisso e que, por isso, o prêmio de risco que trouxe volatilidade ao ambiente interno tende a diminuir à frente.

EUA

continua após publicidade

Apesar de a inflação nos Estados Unidos estar convergindo à meta, o juro norte-americano pode ficar mais alto por mais tempo, disse o presidente do Banco Central.

Ele frisou que existem elementos que apontam para uma desaceleração da economia nos EUA, com arrefecimento do ritmo da inflação e do próprio Produto Interno Bruto (PIB).

Uma recessão nos EUA, porém, ainda "não parece provável", segundo ele. "Existe a possibilidade, mas não é o mais provável", apontou.

continua após publicidade

Campos Neto ressaltou, porém, que existem alguns elementos dentro da dinâmica norte-americana que apontam para algum risco inflacionário, como, por exemplo, a eleição. Para ele, a tendência para uma política fiscal expansionista está presente no discurso dos principais candidatos que disputam a eleição e que por isso existe, no mercado, a percepção de que, independentemente do vencedor, não deverá haver uma política austera nos EUA.

Na avaliação do presidente do BC, esse debate talvez faça com que a "ficha caia" para alguns agentes de mercado de que "é difícil" o mundo voltar a ter juros baixos no nível de antes da pandemia de covid-19.

Ambiente global

continua após publicidade

Em relação ao ambiente global e a realidade da maioria dos países, Campos Neto destacou que houve um aumento da dívida desde a pandemia, que os juros estão mais altos e, por isso, o custo para rolagem dessa dívida está também mais alto.

Entre os países emergentes, Campos Neto citou que a inflação cheia e a média de núcleos começou a cair. Na América Latina, contudo, ele destacou uma elevação recente nos preços de energia. Já em relação à Índia, Campos Neto citou que tem havido uma desaceleração na inflação de serviços. "No geral, a convergência está bem lenta", frisou.

continua após publicidade

Japão

As chamadas operações de carry trade envolvendo empréstimos no Japão e aplicação em outros países estão aos poucos sendo "desarmadas", disse o presidente do Banco Central.

Ele destacou que houve recentemente uma mudança no diferencial de juro do Japão e dos Estados Unidos, o que trouxe volatilidade a essas operações. "Quando a gente olha o índice Nikkei índice do mercado de ações da Bolsa de Valores de Tóquio, tivemos a maior queda dos últimos 20 anos", destacou.

continua após publicidade

Segundo Campos Neto, cerca de "dois terços" das operações de carry-trade envolvendo o Japão já foram "desarmadas".

China

Na avaliação do presidente do Banco Central, está havendo um crescimento do sentimento de competição de alguns países em relação à China, especialmente no segmento de eletrificação, o que ajuda a explicar em algum grau a volatilidade de alguns países emergentes.

"Vemos que o padrão da China muda de consumo interno para a exportação, e tem uma exportação muito grande para essa parte de eletrificação. Então vemos que muitos países do mundo colocam tarifas grandes nessa parte de carros importados", detalhou o banqueiro central.

Assim, acrescentou Campos Neto, a situação da China hoje é um caso de desaceleração, mas com risco de ter "algum sobressalto", a depender da reação do mundo, especialmente com relação às tarifas aos produtos chineses.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

Deixe seu comentário sobre: "Campos Neto: independente de quem for presidente, há consenso de que BC levará inflação à meta"

O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
Compartilhe! x

Inscreva-se na nossa newsletter

Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!