O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a questão fiscal tem recebido cada vez mais atenção nos encontros internacionais dos quais ele participa. A declaração foi feita durante reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres. "Por muito tempo eu costumava falar sobre fiscal e você não tinha muito eco com outros bancos centrais ou formuladores de políticas. Cada vez mais vemos que há muitas dessas reuniões internacionais que são cada vez mais sobre fiscal. No caso da eleição nos Estados Unidos, acho que há uma questão fiscal que é muito relevante porque, independentemente de os democratas ou os republicanos vencerem, quando você olha e tenta decompor as diferentes propostas, ambas são expansionistas no fiscal", observou.
Ainda sobre as eleições norte-americanas e o campo fiscal, Campos Neto chamou a atenção para as discussões a respeito de tarifas, fragmentação e protecionismo, pelo potencial inflacionário, e as políticas de imigração.
Para ele, toda essa movimentação deve provocar reações no mercado e, por isso, há pontos de atenção para todos. Ele destacou como fatores importantes para se ficar de olho a transição verde e a fragmentação global.
No encontro, ele também repetiu um alerta sobre o cenário econômico mais apertado, em que governos e bancos centrais têm menos espaço para socorrer os países caso seja necessário, como ocorreu durante a pandemia.
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