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Câmara avança em negociações para votar projeto sobre mercado de criptoativos

O projeto de lei que regulamenta o mercado de criptoativos no País pode ser votado ainda neste mês na Câmara, antes do "recesso informal" em que os parlamentares vão se dedicar à campanha para a eleição de outubro. De acordo com o autor da proposta, Aureo

Iander Porcella e Thaís Barcellos (via Agência Estado)

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Escrito por Iander Porcella e Thaís Barcellos (via Agência Estado)
Publicado em 07.06.2022, 15:02:00 Editado em 07.06.2022, 15:08:14
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O projeto de lei que regulamenta o mercado de criptoativos no País pode ser votado ainda neste mês na Câmara, antes do "recesso informal" em que os parlamentares vão se dedicar à campanha para a eleição de outubro. De acordo com o autor da proposta, Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), já deu aval para que o texto vá a plenário, depois de ter sido modificado no Senado.

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O relator, deputado Expedito Netto (PSD-RO), ainda trabalha nos detalhes de seu parecer, mas a expectativa é que haja poucas mudanças em relação ao que os senadores aprovaram. Com o avanço das negociações, o projeto, que tramita em regime de urgência, entrou na pauta semanal da Câmara.

O texto aprovado no Senado cria regras para a venda de criptoativos, estabelece penas para os crimes relacionados a essa atividade e isenta a compra de equipamentos para a mineração dos ativos. Os senadores incluíram no Código Penal o crime de fraude na prestação de serviços de ativos virtuais, valores mobiliários ou ativos financeiros.

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"Melhora para todo mundo. Regular não significa restringir negócios. Se você regular estrategicamente, colocar princípios norteadores na atividade, você acaba estimulando o mercado para novos negócios, investimentos, empreendedorismo e startups", afirmou o diretor de relações institucionais da 2TM/Mercado Bitcoin, Julien Dutra, ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Na visão de Dutra, é necessário estabelecer princípios de livre iniciativa, livre concorrência e proteção ao consumidor na negociação de criptoativos. A regulação, nesse sentido, manteria a ideologia libertária da tecnologia blockchain, mas com responsabilidades, para evitar riscos sistêmicos no mercado. "É importante também a prevenção da lavagem de dinheiro. O volume de recursos é muito alto. A gente não quer ser conhecido como o setor que lava dinheiro", frisou.

Na semana passada, a Coalizão Empresarial da Criptoeconomia divulgou uma carta aberta à Câmara para pedir a votação da proposta. No documento, entidades como ABCripto, ABFintechs, Brasscom e Zetta citaram a necessidade de combater práticas ilícitas como as pirâmides financeiras.

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Dois pontos colocados no projeto pelo Senado têm gerado resistências. Um deles é o tempo de transição para que as empresas se adaptem às novas regras. O outro é a necessidade de manter de forma segregada os recursos financeiros e ativos virtuais dos clientes. No entanto, segundo Aureo Ribeiro, já há acordo para a votação e 90% do texto aprovado pelos senadores deve ser mantido.

Banco Central

O projeto é considerado importante para o Banco Central. Segundo uma fonte que acompanha a tramitação, o BC intensificou a articulação nos bastidores para que o projeto fosse priorizado nas últimas semanas.

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Como mostrou o Broadcast em abril, para evitar vetos por vício de competência, o projeto não aponta diretamente um regulador para o mercado, mas foi costurado nos bastidores que as competências do BC e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) serão detalhadas em um decreto do presidente da Republica, Jair Bolsonaro, logo na sequência.

O BC sempre atuou na articulação para ajustar o texto, de modo a se certificar que a lei traga princípios da regulação, mas sem ser muito específica, para não engessar o mercado que é altamente inovador.

Em público, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, já vestiu o papel de regulador e indicou que vai exigir das exchanges (corretoras de criptomoedas) registro no Brasil. Essas empresas precisarão de autorização prévia para funcionar.

Campos Neto também tem frisado o cuidado com questões de custódia de ativos, hoje bastante concentrada, e de lastro, que preocupam o BC.

Já a CVM entende que o arcabouço atual já é amplo o suficiente para enquadrar as criptomoedas quando esses ativos se caracterizam como valor mobiliário.

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