As bolsas de Nova York fecharam em queda firme nesta terça-feira, 2, depois que mais indicadores e comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sustentaram a tese de que a autoridade monetária adotará uma postura cautelosa no processo de corte de juros.
O índice Dow Jones encerrou a sessão em baixa de 1,00%, aos 39.170,24 pontos; o S&P 500 cedeu 0,72%, aos 5.205,81 pontos; o Nasdaq perdeu 0,95%, aos 16.240,45 pontos.
O relatório Jolts apontou nesta terça avanço na abertura de vagas nos EUA em fevereiro, mais um indício de que o mercado de trabalho americano está "bem saudável", na visão da Oxford Economics. Já as encomendas à indústria subiram mais que o esperado no mês.
Os números corroboram a avaliação de dirigentes do Fed de que a maior economia do planeta permanece forte, em um quadro que reduz a urgência de se começar o ciclo de relaxamento.
A presidente da distrital do BC norte-americano em Cleveland, Loretta Mester, alertou nesta terça para o risco associado a um afrouxamento prematuro. Já a líder da regional de São Francisco, Mary Daly, disse concordar com a previsão de três cortes este ano.
Assim, investidores adotaram uma postura defensiva que espalhou ordens de vendas por Wall Street. Em destaque negativo, Tesla desabou 4,90%, após a empresa informar queda nas entregas e na produção.
A UnitedHealth caiu 6,44% e liderou as perdas entre os componentes do Dow Jones, depois que o governo dos EUA anunciou que as taxas de reembolso do 'Medicare Advantage' ficarão inalteradas em 2025 em relação ao plano iniciado anteriormente, o que pressiona as margens dessas companhias.
Já o papel da ChampionX saltou cerca de 10%, na esteira de anúncio de acordo que prevê a compra da SLB - que, por sua vez, recuou 1%.
Na contramão do tom negativo geral, as petroleiras se seguraram no azul, em meio ao recrudescimento de tensões geopolíticas, que levou o petróleo aos níveis máximos desde outubro do ano passado. Com isso, Chevron ganhou 0,44% e ExxonMobil, 1,96%.
Para a Capital Economics, a escalada dos rendimentos dos Treasuries esteve entre os fatores que contribuíram para a pressão nos negócios acionários, mas não é o único nem o principal.
O avanço das tensões geopolíticas e a decepção com a Tesla ajudam a pintar o ambiente de cautela, de acordo com a análise. "Mesmo que os rendimentos permaneçam elevados, duvidamos que isso impeça o mercado de ações dos EUA de subir ainda mais este ano", avalia.
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