Por André Marinho*
São Paulo, 04/09/2024 - As bolsas da Europa operam em baixa nesta manhã, em meio à contínua liquidação de ações do setor de tecnologia após o tombo de fabricantes de chips semicondutores na véspera. Investidores absorvem também uma série de indicadores de atividade na região, que mostraram um quadro divergente.
Por volta das 06h55 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,92%, a 515,10 pontos. O subíndice de tecnologia recuava 2,76%, a 789,10 pontos.
Os negócios europeus ecoam os sinais negativos de Wall Street, que teve ontem o pior dia desde o começo de agosto diante do tombo na ação da Nvidia. A empresa perdeu US$ 278,9 bilhões em valor de mercado, a maior queda diária já registrada por uma companhia americana.
O movimento inspirou forte retração do setor nas bolsas asiáticas, que se estende às praças ocidentais. Em Amsterdã, a ação da ASML recuava 5,10%, depois que o UBS cortou a recomendação do papel de "compra" para "neutra", em meio à expectativa por declínio das vendas na China.
No cenário macro, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da zona do euro apontou deflação menor na leitura anual de julho. Já o índice de gerentes de compras (PMI) de serviços do bloco avançou em agosto, em tendência semelhante observada no Reino Unido. O mesmo indicador recuou na Alemanha, mas segue acima da marca de 50, que indica expansão da atividade.
Para a Oxford Economics, os efeitos dos Jogos Olímpicos de Paris turbinaram os números da zona do euro e mascaram o verdadeiro quadro na região. "Isso reforça nossa visão de uma recuperação do PIB menos acelerada nos próximos trimestres do que havíamos previsto anteriormente e fortalece o argumento para um corte de juros na reunião de setembro do BCE", diz a consultoria, em referência ao Banco Central Europeu.
Nas próximas horas, operadores ficarão atentos a indicadores nos Estados Unidos, entre eles o relatório Jolts de abertura de vagas.
Tudo somado, no horário citado acima, a Bolsa de Frankfurt caía 0,59%, Milão cedia 0,45%, Paris baixava 0,77% e Lisboa recuava 0,46%. Londres tinha desvalorização de 0,62%, sob o peso da BP (-0,84%) e Shell (-1,17%), após o petróleo ter caído aos menores níveis em mais de 8 meses mais cedo. No câmbio, o euro subia a US$ 1,1054 e a libra, a US$ 1,3121.
Contato: andre.marinho@estadao.com
*Com informações da Dow Jones Newswires
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