As bolsas da Europa fecharam em alta robusta nesta quinta-feira, 14, após o Banco Central Europeu (BCE) indicar pausa no aperto monetário, seguindo decisão de elevar suas taxas de juros em 25 pontos-base (pb). Mais cedo, os mercados acionários também foram apoiados também por cortes no compulsório bancário pelo Banco do Povo da China (PBoC), em sinal de suporte para a recuperação econômica do país.
Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 1,95%, aos 7.673,08 pontos; em Frankfurt, o DAX subiu 0,97%, aos 15.805,29 pontos; em Paris, o CAC 40 avançou 1,19%, aos 7.308,67 pontos; em Milão, o FTSE MIB teve ganhos de 1,37%, aos 28.872,73 pontos; em Madri, o Ibex 35 valorizou 1,46%, aos 9.562,90 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 ganhou 1,54%, aos 6.227,49 pontos. As cotações são preliminares.
A decisão do BCE de indicar pausa no aperto monetário - após elevar sua taxa de juros pelo décimo mês consecutivo - impulsionou as bolsas da Europa, em detrimento do euro e de rendimentos dos bônus europeus. Em nota, o BCE afirmou que os juros "alcançaram níveis que, se mantidos por período suficiente longo," serão capazes de contribuir com o retorno sustentado da inflação à meta de 2%.
Em coletiva de imprensa, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reforçou esta mensagem e ressaltou que o novo foco dos dirigentes será a duração das taxas restritivas. Ainda, Lagarde afirmou não ser possível definir o nível atual como o pico dos juros, tendo em vista a necessidade de monitorar dados e equilibrar riscos para o crescimento, frente a rápida transmissão da política monetária, ao mesmo tempo em que controlam a inflação.
Em relatório, a Nordea chamou atenção para o tom "cauteloso" da instituição e projeta que o aumento anunciado nesta quinta foi o último do ciclo atual de aperto monetário, esperando manutenção da taxa básica até junho de 2024. O ING compartilha esta visão e aponta que o enfraquecimento da economia, somado a tração na tendência desinflacionária, deve dificultar argumentos para mais aperto monetário.
Analistas destacam ainda a falta de consenso entre os dirigentes e a consolidação do cenário de estagflação para a zona do euro. Na coletiva, Lagarde revelou que uma "maioria sólida" aprovou a decisão de elevar juros, mas que alguns dirigentes preferiam manter os juros, e alertou que os riscos para o crescimento da zona do euro são negativos. Junto da decisão, o BCE também divulgou suas projeções para o bloco, onde cortou previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e elevou expectativas para inflação.
No começo da manhã desta quinta, o anúncio do PBoC sobre redução na taxa de compulsório bancário em 25 pb também deu fôlego para as bolsas europeias e incentivou o apetite por risco global como um todo, por sinalizar nova tentativa da China de impulsionar o seu crescimento econômico neste ano.
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