As bolsas da Europa fecharam em alta nesta sexta-feira, 31, observando a publicação de dados de inflação no continente e nos Estados Unidos, assim como o impacto dos indicadores na postura dos respectivos bancos centrais. No caso do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, a leitura não deve alterar os planos de corte de taxas já na próxima semana. O índice de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) norte-americano impulsionou expectativas por cortes de juros nos EUA.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,28%, a 517,95 pontos.
O CPI da zona do euro subiu 2,6% na prévia de maio, na comparação anual, acelerando da alta de 2,4% vista em abril e acima da previsão de 2,5% dos analistas ouvidos pela FactSet. O núcleo também superou a previsão ao subir 2,9%, quando se esperava alta de 2,7%. O dado foi o mais recente sinal de inflação persistente na região, o que dificulta o trabalho de potencial relaxamento monetário pelo Banco Central Europeu (BCE).
A Capital Economics acredita que ainda assim o BCE cortará os juros em 25 pontos-base na próxima semana, como vários dirigentes têm sinalizado. Mas a consultoria acrescenta que "outra redução em julho parece agora improvável".
O ING diz também que ainda espera corte na próxima semana pelo BCE, porém prevê "debate acalorado" sobre se é possível relaxar a política monetária para além disso, no quadro atual da inflação e da atividade.
Segundo a Reuters, o dirigente do BCE Fabio Panetta avaliou que o índice não foi "nem bom nem ruim". Panetta reafirmou sua visão de que o BCE pode cortar juros várias vezes e ainda assim manter postura restrita na política monetária, no quadro atual.
Já as apostas em um relaxamento monetário mais veloz nos Estados Unidos em 2024 cresceram marginalmente, após o núcleo do PCE do país subir menos que o esperado na variação mensal de abril, e todas as demais leituras do indicador de inflação avançarem em linha com o esperado. No entanto, os dados não foram suficientes para consolidar o cenário em uma trajetória de juros mais branda.
Oscilante nas últimas semanas, a aposta em um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) até setembro voltou a ultrapassar 50% como estava na quinta-feira. Mas o movimento é leve e deixa a perspectiva para esse mês ainda incerta. A probabilidade de o Fed baixar taxas até setembro subiu para 50,4%, contra 48,7% antes dos indicadores.
O PIB da Itália cresceu 0,7% na leitura final do primeiro trimestre, na comparação anual um pouco acima da previsão de alta de 0,6% dos analistas. Já o da França no mesmo período avançou 0,2% no primeiro trimestre ante o anterior, como esperado, com alta anual de 1,3%, quando se esperava crescimento de 0,9%.
Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,54%, a 8.275,38 pontos. Em Frankfurt, o DAX registrou avanço de 0,01%, a 18.497,94 pontos. Em Paris, o CAC 40 avançou 0,18%, a 7.992,87 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve alta de 0,13%, a 34.492,41 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 ganhou 0,46%, a 6.870,81 pontos. A exceção foi Madri, onde o Ibex35 caiu 0,14%, a 11.322,00 pontos.
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