Dirigente do Banco da Inglaterra (BoE), Jonathan Haskel defendeu que a autoridade monetária deveria manter os juros inalterados até que haja maior certeza de que a as pressões inflacionárias arrefeceram de maneira sustentada no Reino Unido.
Em discurso durante evento na Kings College London, Haskel previu que a inflação no país seguirá acima da meta de 2% por algum tempo, diante do impacto do crescimento salarial e do mercado de trabalho ainda aquecido.
Para o dirigente, a volta do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) a 2% em maio foi um fenômeno temporário. Ele lembra que as projeções do BoE indicam que a inflação voltará a subir e alcançará o pico de 2,6% na virada de 2024 para 2025, antes de retornar a 2% em 2026.
"Isso reflete o fato de que inflação subjacente é persistente e diminui mais lentamente, com inflação cheia impulsionada pela energia volátil e efeitos de base", explica.
Mercado de trabalho
Jonathan Haskel se disse "preocupado" com o persistente aperto do mercado de trabalho no Reino Unido, ou seja, a demanda ainda supera a oferta de trabalhadores disponíveis. O fenômeno tende a intensificar o avanço dos salários, o que pode impulsionar a inflação.
Haskel explicou que o cenário justifica a opção por manter juros inalterados por mais tempo. "Em conjunto com uma série de outros sinais, essa foi uma das razões para que eu estivesse no lado mais "hawkish" em meu histórico de votação", pontuou.
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