A dirigente do Banco Central Europeu (BCE) Isabel Schnabel afirmou que uma redução gradual nos juros deve apoiar o crescimento da zona do euro no médio prazo, mas alertou que a medida não resolverá os problemas estruturais que afetam alguns países do bloco.
"Embora a política monetária possa ter contribuído para o aumento da heterogeneidade, ela não é o principal catalisador. Em vez disso, ventos contrários estruturais estão segurando o crescimento em alguns países mais do que em outros", apontou Schnabel. Os comentários foram realizados em discurso divulgado nesta quarta-feira, 2, e preparado para palestra na Universidade de Freiburg.
A dirigente defendeu que o BC precisa equilibrar os riscos para inflação, sem ignorar os desafios para o crescimento europeu. Schnabel reiterou que espera uma queda sustentada da inflação para a meta de 2%, diante da desaceleração do mercado de trabalho, apesar da inflação de serviços ainda elevada e do forte avanço salarial.
Na visão dela, impulsionar o crescimento dos países da zona do euro exigirá um conjunto de medidas fiscais, incentivo à inovação e transição verde, criação do Mercado Único de Capitais, atração de trabalhadores estrangeiros e ampliação da competitividade do bloco contra pares internacionais.
Schnabel alertou ainda que a fragmentação do comércio global pode prejudicar a zona do euro "mais do que outras economias", gerando um desafio adicional para as empresas e para o crescimento do país. Segundo a dirigente, as tensões geopolíticas, o realinhamento de cadeias globais de oferta e os preços elevados de energia devem pesar particularmente sobre a produtividade do bloco.
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