O dirigente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do BC da Itália, Fabio Panetta, afirmou nesta quarta-feira, 26, que o ciclo de política monetária da zona do euro está em um "ponto de virada", no qual a macroeconomia é consistente com a normalização dos juros. Segundo ele, o BCE continuará o processo de flexibilização de modo "gradual e suave".
"O ritmo de normalização continuará dependente de avaliações sobre perspectivas de inflação, pressões subjacentes e força da transmissão da política monetária", reiterou Panetta, em discurso divulgado no site do BC da Itália. "No entanto, o curso atual da política monetária não mudará desde que dados confirmem avanço da inflação rumo à meta de 2%."
Na visão do dirigente, o ajuste das taxas de juros é necessário para garantir o retorno suave da inflação sem prejudicar a economia, ao mesmo tempo em que o BCE controla riscos de choques econômicos que possam afetar negativamente o crescimento ou acelerar novamente os preços.
Panetta defendeu que os efeitos de quaisquer cortes de juros serão mitigados pela contração do balanço patrimonial do BCE e que a "persistência da inflação de serviços é apenas aparente". O presidente do BC da Itália observou ainda que preocupações sobre o avanço salarial podem ser mitigadas pelo cenário de alta lucratividade de empresas e aumento da produtividade, que ampliam absorção de custos.
Apesar de demonstrar confiança na flexibilização monetária, o dirigente evitou firmar uma data ou sugerir o tamanho dos próximos cortes de juros. Panetta afirmou que o BCE precisa evitar projeções "casuais" sobre decisões monetárias, que impeçam a característica reativa e dependente de dados do banco central.
"Continuaremos vigilantes, mas a última parte da luta contra a inflação pode exigir nada mais que paciência e uma monitoração cuidadosa do processo de desinflação", concluiu.
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