O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) ressaltou em comunicado que os cenários de inflação seguem com fatores de risco em ambas as direções, repetindo o balanço de riscos já publicado em março, mas enfatizou o acompanhamento da condução da política fiscal e dos impactos sobre a política monetária.
"O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária", diz o comunicado.
Em abril, o governo federal alterou as metas fiscais para 2025, 2026, 2027 e 2028 quando enviou o projeto de lei de diretrizes orçamentárias (PLDO) ao Congresso. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado previa uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano, mas o governo alterou a meta para 0% do PIB.
Em relação ao balanço, o comitê voltou a citar como fatores de alta no cenário inflacionário a maior persistência das pressões inflacionárias globais e a maior resiliência na inflação de serviços em relação à projetada, em função de um hiato do produto mais apertado.
Já entre os pontos que podem representar risco de baixa, o comunicado voltou a destacar a desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada e os impactos do aperto monetário sincronizado sobre a desinflação global, que se mostram mais fortes do que o esperado.
"O Comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional devem se manter mais incertas, exigindo maior cautela na condução da política monetária", diz o texto.
O Comitê optou por um corte de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic, de 10,75% para 10,50%. A próxima reunião será realizada em junho.
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