O Banco Central estima que a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará acima do centro da meta, de 3%, pelo menos até o primeiro trimestre de 2027, segundo os números divulgados nesta quinta-feira, 26, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Os modelos indicam, portanto, que não haverá convergência mesmo após o horizonte relevante da política monetária, que hoje está no primeiro trimestre de 2026.
A projeção de inflação acumulada em quatro trimestres nesse período é de 3,5%, conforme já havia sido informado nas mais recentes comunicações do Comitê de Política Monetária (Copom). Depois, o BC espera que a taxa continue em 3,5% no segundo trimestre de 2026 e caia lentamente, a 3,4% no terceiro e 3,3% no quarto. No primeiro trimestre de 2027, espera 3,2%.
Todas as projeções para 2026 aumentaram frente ao relatório anterior, entre 0,1 e 0,3 ponto porcentual, mesmo considerando um aumento da taxa Selic usada na conta, já que ela é extraída do Focus.
"O aumento da projeção de inflação no horizonte relevante resultou principalmente da atividade econômica mais forte que o esperado, que levou a uma elevação no hiato do produto estimado, da depreciação cambial e do aumento das expectativas de inflação", afirmou o BC.
Segundo a autoridade monetária, esses fatores - combinados ao aumento da inércia, devido ao reajuste das projeções de inflação de curto prazo - mais do que compensaram a queda dos preços do petróleo e o aumento dos juros. "O aumento da taxa de juros foi fundamental para evitar um aumento mais significativo nas projeções", disse o BC.
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