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BC e Fenasbac selecionam 9 projetos para discutir casos de uso do real digital

O Banco Central e a Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac) selecionaram nove projetos para o laboratório que ajudará a discutir casos reais de uso para a criação do real digital, a Moeda Digital do Banco Central (CBDC

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 03.03.2022, 11:50:00 Editado em 03.03.2022, 11:56:41
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O Banco Central e a Federação Nacional das Associações de Servidores do Banco Central (Fenasbac) selecionaram nove projetos para o laboratório que ajudará a discutir casos reais de uso para a criação do real digital, a Moeda Digital do Banco Central (CBDC) brasileira, ou uma versão virtual da divisa do Brasil.

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Conforme nota do BC, os projetos selecionados representam 20% das 47 propostas inscritas para o Lift Challenge Real Digital, que funciona com a Fenasbac. Segundo as instituições, 43 empresas enviaram projetos, entre companhias brasileiras e de sete outros países (Alemanha, Estados Unidos, Israel, México, Portugal, Reino Unido e Suécia), sinalizando o interesse global pelo tema, afirma a autoridade monetária.

Segundo o BC, os projetos de aplicações para o Real Digital foram os mais variados. Com o elevado número de projetos de relevância e interesse para o desenvolvimento da iniciativa do Real Digital, o processo de seleção buscou um balanceamento entre a diversidade do portfólio de propostas apresentadas para o laboratório e a necessidade de acompanhamento detalhado dos projetos escolhidos.

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Os projetos selecionados são da Aave, Santander Brasil, Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Giesecke + Devrient, Itaú Unibanco, Mercado Bitcoin, Tecban, VERT (associada à Digital Assets e à Oliver Wyman) e Visa do Brasil (associada à Consensy e à Microsoft).

Conforme a Fenasbac, as propostas envolvem inovações para o varejo físico, transações de imóveis ou veículos, interoperabilidade a partir de blockchain que permite transações internacionais, pagamentos offline. Há também projetos para ativos negociados em plataformas de Real Digital, uso de internet das coisas para o meio logístico de e-commerce, um financiamento rural com rastreio de transações a partir da programabilidade e soluções de interação com o mercado financeiro global para pequenas e médias empresas.

A partir do dia 28 de março, os projetos iniciam a aceleração no laboratório de inovações financeiras, que será finalizada em quatro meses. O cronograma inicial aponta para término em 29 de julho. Após esse período, o Banco Central e Fenasbac irão divulgar o resultado das propostas já com um produto minimamente viável (MVP).

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Segundo o BC, o portfólio escolhido está alinhado às diretrizes do Real Digital, anunciadas em maio de 2021, e às ações da Agenda BC#.

Segundo o coordenador do LIFT Challenge, Fábio Araújo, os projetos permitirão que os participantes, junto ao Banco Central, se deparem com discussões relevantes acerca da implementação do Real Digital. "As propostas selecionadas nos trazem a oportunidade de debater profundamente os casos de uso da moeda digital brasileira, amadurecendo modelos de negócios baseados nessa tecnologia para dar continuidade ao processo de criação da nossa CBDC", afirma.

Para Rodrigoh Henriques, líder de inovações financeiras da Fenasbac e coordenador do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (LIFT Lab), o número de propostas surpreende positivamente já que os projetos do LIFT Challenge exigiam uma complexidade maior tanto do ponto de vista da inovação quanto da capacidade técnica das empresas participantes.

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"Estamos felizes com o resultado das inscrições para o LIFT Challenge. Acredito que serão discussões completamente inovadoras que irão beneficiar toda a sociedade. Esse é mais um passo em direção ao Real Digital e novas facilidade a serem implementadas no Sistema Financeiro Nacional", diz Henriques.

Veja abaixo o detalhamento dos projetos selecionados, conforme nota da Fenasbac

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1. AAVE (Defi): A AAVE, empresa nativa do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi), apresenta a proposta de um pool de liquidez a ser desenvolvido com base no Real Digital. Essa funcionalidade é fundamental para a operação do Real Digital, que pretende dar suporte a serviços de varejo além de pagamentos instantâneos. A interação da AAVE com a equipe do Lift Challenge vai trazer importantes elementos para que o regulador possa ampliar sua compreensão sobre esse ecossistema e sobre a melhor forma de trazer essas tecnologias para o dia-a-dia do cidadão.

2. Banco Santander Brasil (DvP): A proposta do Banco Santander oferece um caso de integração de serviços apresentando uma solução de entrega contra pagamento (DvP) de ativos reais, especificamente para imóveis e automóveis. Há grande potencial de aprendizado no desenvolvimento desse projeto pois, ao lidar com diferentes estágios indo da plataforma de e-commerce, passando por órgãos de registro como Detran, até a liquidação financeira a proposta irá se deparar com várias questões que terão de ser resolvidas para viabilizar o uso do Real Digital para a liquidação de ativos reais.

3. Febraban: A Febraban trouxe a proposta de um sistema para liquidação de ativos financeiros que necessitará ter funcionalidades diretamente ligadas à arquitetura de operação do Real Digital. Esse exercício, além de oferecer um caso de uso interessante, dessa associação que representa uma parcela considerável dos participantes do mercado bancário brasileiro, trará luz sobre elementos fundamentais para a definição dos próximos passos da iniciativa do Real Digital.

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4. Itaú Unibanco (Interoperabilidade com Blockchain): A proposta do Itaú Unibanco é de estabelecer a interoperabilidade entre duas ou mais redes soberanas de pagamentos em CBDCs que operem em blockchain facilitando pagamentos transfronteiriços e o envio de remessas internacionais. Dentro dessa premissa pretende-se estabelecer a conexão entre as moedas digitais do Brasil e da Colômbia, empregando métodos de pagamento contra pagamento (PvP). Esse exercício é de grande interesse para a iniciativa do Real Digital de uma forma geral e servirá ainda de subsídio para discussões em fóruns internacionais no presente esforço de melhoria dos canais de pagamentos transfronteiriços conduzido pelo G20 com o apoio de vários países e organismos internacionais.

5. Giesecke e Devrient (Pagamentos offline): A proposta apresentada pela Giesecke + Devrient, empresa com experiência no desenvolvimento e produção de tecnologias criptográficas voltadas a pagamentos, traz um caso de uso bem desenvolvido de pagamentos dual offline. Essa maturidade deverá enriquecer a discussão do tema, que segundo avaliação atual do BC enfrenta desafios tecnológicos ainda maiores do que aqueles presentes nas aplicações online de uma CBDC.

6. Mercado Bitcoin com Fundação CPQD e Bitrust (DvP): O Mercado Bitcoin se associou à Fundação CPQD e à Bitrust para trazer um caso de uso de DvP de ativos nativamente digitais. Essa proposta complementa as propostas do Santander e da Febraban, completando o leque de opções de potenciais ativos a serem negociados em uma plataforma baseada no Real Digital: ativos reais, ativos financeiro e criptoativos.

7. Tecban (DvP e IoT): A proposta da Tecban combina elementos de DvP a uma solução de internet das coisas (IoT) para oferecer uma solução de logística, em um sistema potencialmente aberto de pagamentos e entrega, onde diferentes plataformas de e-commerce poderão ter acesso a pontos seguros de entrega.

8. Vert, Digital Asset e Oliver Wyman (financiamento rural com programabilidade): A associação da Vert à Digital Asset com o suporte da Oliver Wyman traz uma proposta de financiamento rural que pretende dar maior fluidez e eficiência ao uso dos recursos ao mesmo tempo em que, através do uso de programabilidade, permite o monitoramento e fiscalização de sua destinação.

9. Visa, Consensys e Microsoft (plataforma DeFi): Com objetivo similar de garantir a fluidez e a adequada utilização de recursos de financiamento, a Visa associada à Consensys e à Microsoft traz uma proposta que busca demonstrar como uma plataforma de DeFi regulamentada pode ser projetada para permitir que PMEs brasileiras interajam com o mercado financeiro global para obter propostas de financiamentos competitivos, em uma plataforma aberta.

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