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Avessa a cartão de crédito, Mundial se abre a pagamento digital na pandemia

Uma das 20 maiores redes do País, a Supermercados Mundial ficou conhecida entre os cariocas por ter preços mais baixos e por não aceitar cartão de crédito - só pagamento à vista, de preferência em dinheiro. E, no que depender das famílias controladoras, a

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.09.2021, 17:00:00 Editado em 29.09.2021, 17:09:38
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Uma das 20 maiores redes do País, a Supermercados Mundial ficou conhecida entre os cariocas por ter preços mais baixos e por não aceitar cartão de crédito - só pagamento à vista, de preferência em dinheiro. E, no que depender das famílias controladoras, a terceira geração à frente do negócio, muito pouco vai se mexer na estratégia do negócio, que continuará a focar nos mercados da capital fluminense e de Niterói. Na pandemia, porém, a empresa cedeu um pouco para viabilizar os pagamentos digitais.

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Fundada em 1943 por um imigrante português, no centro do Rio de Janeiro, a rede tem atualmente 19 lojas no Rio e uma em Niterói (RJ). São 9 mil colaboradores diretos. A empresa não abre o faturamento, mas informa que apareceria no top 20 do ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Na versão mais recente do ranking, liderado pelo Carrefour, todas as 20 maiores empresas faturaram de R$ 3 bilhões para cima.

Sérgio Leite, diretor comercial do Mundial, explica que as gerações anteriores deixaram uma cultura de gestão que continua a ser cartilha a ser seguida até hoje. O diretor é da família Leite, sócia da rede ao lado dos Gomes de Castro - sendo esta a família do fundador da empresa, Justino. Segundo o executivo, a longa tradição do negócio é operar apenas com os recursos disponíveis em caixa, sem se endividar, seja para montar estoque, reformar lojas ou abrir novas unidades.

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"Construímos dentro da nossa capacidade financeira. Se temos caixa, avaliamos o terreno e o custo da obra. Todas as lojas são basicamente nossas. Não temos dívidas para pagar", disse Leite. "Temos isso como filosofia. Vejo meus concorrentes abrindo lojas no Rio e no resto do Brasil. O Hortifruti foi vendido para a Americanas. Mas as gerações anteriores deixaram um legado para a gente. A quarta geração já está na empresa e, espero, vai aprender essa lição."

Limitado ao dinheiro em caixa, o Supermercado Mundial cresce de forma orgânica. Neste ano, a rede reformou a unidade no Largo da Segunda-Feira, na Tijuca, que foi colocada abaixo para ser modernizada. Com o fim da reforma, o Mundial vai avaliar o caixa e oportunidades para a abertura de outra unidade - assim mesmo, uma de cada vez. No mapa de expansão, está uma nova unidade na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Em 2020, o faturamento da rede aumentou 9%. Neste ano, o crescimento deve ficar no mesmo patamar, segundo Leite. O avanço reflete, em boa medida, o aumento dos preços de alimentos, e não a maior quantidade de produtos comercializados. Apesar de conservadora, a rede acelerou durante a pandemia a aceitação de meios de pagamentos digitais, como Mercado Pago, PicPay e Ame. Todos, claro, exclusivamente com pagamento à vista.

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O executivo afirma que a recusa pelo cartão é uma questão financeira, pois o custo de operação com cartão de crédito espreme o lucro. Para ele, clientes fidelizados topam o pagamento à vista em troca de produtos mais baratos. Sobre os novos meios de pagamento, ele afirma que foi uma "exigência" do mercado. "Vimos que o cliente perguntava, fazia questão de usar. Então, negociamos as taxas e começamos a aceitar", explica.

Devagar e sempre

Para Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese Retail, existe um paralelo entre o Supermercado Mundial e as Lojas Cem, terceira maior varejista de eletrodomésticos e móveis do País. Segundo ele, a Lojas Cem praticamente só tem imóveis próprios, não tem dívidas e não se alavanca. É um traço cultural de empresas familiares e mais conservadoras, acrescenta.

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"O grande ponto é a expansão. Quando a empresa quer ser agressiva em expansão, usar apenas os recursos de caixa limita um pouco o crescimento. Empresas que têm investidores institucionais, fundos ou abre capital aberto, claro, acabam rodando com outras culturas e outra estrutura de capital", disse Serrentino.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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