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Aversão a risco no exterior joga o Ibovespa para baixo

A aversão a risco que acomete o exterior não deixa o Ibovespa imune, visto que o ambiente interno ainda tem o agravamento da crise política da véspera. No último dia de pregão desta semana na B3 - nesta sexta-feira, 9, fica fechada por conta do feriado da

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.07.2021, 11:31:00 Editado em 08.07.2021, 11:35:38
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A aversão a risco que acomete o exterior não deixa o Ibovespa imune, visto que o ambiente interno ainda tem o agravamento da crise política da véspera. No último dia de pregão desta semana na B3 - nesta sexta-feira, 9, fica fechada por conta do feriado da Revolução Constitucionalista em SP -, o investidor segue na defensiva, o que deve impedir valorização semanal do índice Bovespa.

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Com a alta de 1,54%, aos 127.018,71 pontos, de ontem, o Ibovespa chegou a diminuir a perda para 0,47% no período. No entanto, às 11h17 desta quinta-feira, 8, esse recuo semanal já era de 2,29%, com o Ibovespa cedendo 1,80%, aos 124.730,88 pontos. Neste horário, apenas Cosan ON (0,40%) e Suzano ON (0,21%) subiam.

"Há esse medo da volta de surtos da covid-19, além das preocupações com a variante delta do coronavírus, o que pode segurar a reabertura econômica", avalia Caio Kanaan Eboli, sócio e diretor operacional da mesa proprietária Axia Investing, citando que, mais cedo, o índice VIX, que mede o medo do investidor, chegou a disparar 27%. "É muito alto", diz Eboli.

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O mau humor vem principalmente após a China sinalizar um possível relaxamento monetário, que gera dúvidas sobre o ritmo de recuperação da segunda maior economia do mundo. "De certa forma, indica uma preocupação com o enfraquecimento da economia, e coloca mais lenha na fogueira nessas preocupações com a recuperação da economia global", avalia Jennie Li, estrategista de ações da XP, em nota.

Nem mesmo o petróleo alivia, já que também anota desvalorização forte, em meio a incertezas sobre os planos de oferta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+).

"É a soma de vários fatores. Na verdade, o que está acontecendo, e estamos batendo nesta tecla há algum tempo, é que quem está preocupado com a inflação está há alguns meses atrasado. A preocupação é com o crescimento", avalia Roberto Attuch Jr., CEO da Ohmresearch.

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Conforme o CEO, o pico do crescimento econômico nos Estados Unidos aconteceu entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano. "Que a economia americana crescerá na faixa de 7% este ano ninguém tem dúvida. A questão é quando a situação normalizar. Será que crescerá 2,5%, 3% em 2022? Isso faz muita diferença", afirma.

Na mais recente reunião de política monetária do Fed, os dirigentes avaliaram que o "progresso substancial" esperado para a retirada de estímulos à economia ainda não foi alcançado, e que ainda há espaço para buscar. No entanto, vários dirigentes disseram acreditar que as condições para o "tapering" podem ser alcançadas antes do previsto.

Nesta manhã, saíram os pedidos semanais de desemprego dos EUA, que subiram 2 mil, para 373 mil, ante previsão de 350 mil. O dado da semana anterior foi revisado de 364 mil a 371 mil.

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De acordo com Jennie, da XP, o sentimento de "risk-off" nos mercados hoje deve-se a preocupações sobre a reabertura econômica em algumas partes do mundo, principalmente em relação à variante delta de coronavírus, após máximas históricas ontem em Nova York.

Além disso, a estrategista da XP acrescenta que os mercados ainda reagem à decisão do Banco Central Europeu (BCE), de adotar meta inflacionária de 2% no médio prazo, após revisar sua estratégia de política monetária. "Indicando que será mais tolerante com a inflação", diz. O BCE ainda divulgou um plano de ação que visa melhorar a integração de considerações sobre mudanças climáticas na estrutura da política monetária.

No Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho desacelerou a 0,53%, após 0,83% em maio, ficando abaixo da mediana (0,59%) das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast (intervalo de 0,52% a 0,79%). Em 12 meses, acumula 8,35%.

Na avaliação do economista-chefe da Necton, André Perfeito, o resultado do IPCA do mês passado ante maio pode "tirar certo peso das costas" do Banco Central. "No entanto, a recente desvalorização do real pode jogar no sentido contrário. Mantemos nossa projeção de Selic a 6,5% ao final de 2021 com alta de 100 pontos base na próxima reunião", diz em relatório.

Ontem o Ibovespa conseguiu subir, fechando em alta de 1,54%, aos 127.018,71 pontos, mas hoje tende a reagir ao estresse político gerado após a prisão do ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, acusado de mentir na CPI da Covid.

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