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Avanço da tensão geopolítica e preocupação com cenário fiscal no Brasil derrubam Ibovespa

O crescimento das preocupações com a crise no Oriente Médio e com o cenário fiscal no Brasil derrubam o Ibovespa, em dia de agenda esvaziada de indicadores. Os investidores no Brasil mantêm-se cautelosos em meio à recente escalada do conflito, após o Irã

Maria Regina Silva (via Agência Estado)

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Escrito por Maria Regina Silva (via Agência Estado)
Publicado em 03.10.2024, 11:50:00 Editado em 03.10.2024, 11:56:52
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O crescimento das preocupações com a crise no Oriente Médio e com o cenário fiscal no Brasil derrubam o Ibovespa, em dia de agenda esvaziada de indicadores. Os investidores no Brasil mantêm-se cautelosos em meio à recente escalada do conflito, após o Irã lançar um ataque de mísseis contra Israel, esta semana. O governo israelense prometeu retaliar. Ainda há pouco saíram relatos de o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discutiu com representantes israelenses a possibilidade de Israel bombardear instalações petrolíferas do Irã.

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Após isso, o petróleo foi às alturas, avançando quase 5,00%, o WTI, e 4,50%, o tipo Brent. A despeito da intensificação do recuo do Índice Bovespa, as ações da Petrobras saíram do zero a zero e avançaram quase 1,00% (PN).

"Todo mundo segue de olho nessa questão, e também atentos à iminência de ataques de Israel, que prometeu retaliar. E se houver algum ataque em bases nucleares e instalações de petrolíferas, eleva o preço da commodity. Consequentemente, se houver uma escalada, é problema para a inflação mundial", avalia Pedro Caldeira, sócio e assessor da One Investimentos.

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O recuo do Índice Bovespa ocorre após ontem quase ter retomado a marca dos 135 mil pontos na esteira da elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody's. Fechou com alta de 0,77%, aos 133.514,94 pontos.

Segundo a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, os ativos brasileiros tiveram um "respiro" na véspera após a agência de classificação de risco elevar a nota de crédito do Brasil na terça-feira à noite. "Só que não era segredo para ninguém que esse efeito seria passageiro", avalia.

A despeito de a decisão ser vista como positiva, o impacto foi pontual, reforça. "Estruturalmente não significou nada", diz Abdelmalack. A economista pontua que pode ser que exista um exagero na projeção do mercado de 13% para a Selic no final do ciclo. "Mas isso só o governo poderá mostrar. Se tiver uma comunicação clara e esforço fiscal, pode ser que consiga corrigir esse pessimismo", completa a economista-chefe da Veedha.

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Além de monitorar o exterior, o investidor acompanhará o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participará de dois eventos hoje. Ontem, Campos Neto disse que o Brasil precisa de algum choque fiscal se quiser conviver com juros baixos. Segundo ele, as expectativas de inflação estão desancoradas e é importante fazer com que a taxa real neutra de juros do Brasil caia.

As contas públicas continuam em deterioração. Como antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e informou pela manhã o Tesouro Nacional, o governo central teve déficit de R$ 22,4 bilhões em agosto.

"A cautela externa deve continuar repercutindo por aqui, algo que limitou ontem a reação positiva ao upgrade concedido pela Moody's", pontua o economista sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, em relatório. "O tema das contas públicas segue no radar", acrescenta o sócio da Tendências.

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Às 11h41, o Ibovespa caía 1,69%, aos 131.255,87 pontos, na mínima, já cedendo 0,43% nos poucos dias do mês após ter acumulado alta até o fechamento ontem. Petrobras tinha elevação entre 0,75% (PN) e 0,69% (ON).

Em meio a temores inflacionários e ao avanço dos juros, ações ligadas ao ciclo econômico despencam, caso de Vamos ON (-9,95%). Vale cedia 1,59%, enquanto as demais ações do setor de metais recuavam até 3,61% (CSN ON). De um total de 86 ações, só seis subiam.

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