A avaliação dos comerciantes brasileiros sobre o momento atual tombou 9,5 pontos em cinco meses consecutivos de perdas, já descontadas as influências sazonais, segundo os dados da Sondagem do Comércio divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice de Confiança do Comércio (Icom) recuou 2,7 pontos na passagem de outubro para novembro, para 86,5 pontos. Em médias móveis trimestrais, o indicador caiu 2,4 pontos.
O Índice de Situação Atual (ISA-COM) caiu 2,8 pontos, no quinto mês seguido de recuos, para 89,4 pontos. O Índice de Expectativas (IE-COM) diminuiu 2,7 pontos, para 84,0 pontos.
"A confiança do comércio cai pelo terceiro mês consecutivo, influenciada tanto pelas avaliações em relação ao momento atual quanto pelas perspectivas para os próximos meses. A variação da confiança descontada dos fatores sazonais evidencia que apesar da melhora do ambiente macroeconômico e do início das vendas de fim de ano o desempenho do comércio ficou aquém do esperado para o período, com resultados positivos em apenas duas das seis principais atividades no mês. O enfraquecimento da demanda atual, somado às previsões pessimistas de redução nas vendas dos próximos meses, geram apreensão entre os comerciantes, que é agravada pela inversão da confiança dos consumidores nos últimos meses de 2023", avaliou Geórgia Veloso, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
Entre os quesitos que compõem o Índice de Situação Atual, o item que avalia a situação atual dos negócios deu a maior contribuição para a queda da confiança no mês, ao recuar 4,4 pontos, para 90,6 pontos. As avaliações sobre o volume de demanda atual recuaram pelo quinto mês consecutivo em novembro, agora em 1,1 ponto, para 88,4 pontos.
Quanto às Expectativas, as perspectivas de vendas nos próximos meses caíram 3,2 pontos, para 83,2 pontos, enquanto o componente de tendência dos negócios nos próximos seis meses encolheu 2,1 pontos, para 85,2 pontos.
No trimestre encerrado em novembro, 29,4% das empresas afirmavam que a demanda insuficiente era um fator limitativo à expansão dos negócios. A FGV ressalta que essa fatia foi de 20,7% entre as empresas nos segmentos de bens essenciais (hipermercados e supermercados, farmacêuticos e combustíveis), mas subia a 34,5% nos segmentos que vendem bens não essenciais.
"O resultado de novembro confirma as previsões de que o cenário no quarto trimestre seria ainda desafiador para o comércio, apesar dos eventos que tendem a movimentar o setor no período", reforçou a FGV, no relatório do Icom.
A Sondagem do Comércio de novembro coletou informações entre os dias 1º e 27 do mês.
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