O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central repetiu, na ata de seu encontro de deste mês, que o colegiado prevê manutenção do ritmo de corte da taxa Selic de 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões. Na semana passada, o Copom iniciou o ciclo de afrouxamento da Selic com uma queda de 0,50 pp, de 13,75% para 13,25% ao ano, após um ano de estabilidade.
"Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o BC no comunicado e na ata.
O colegiado não determinou a duração do ciclo de afrouxamento dos juros básicos e disse que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução de alguns elementos. São eles: "a dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, as expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, as suas projeções de inflação, o hiato do produto e o balanço de riscos".
Sobre a decisão da semana passada, o BC voltou a dizer na ata que é compatível com a convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que considera o ano de 2024 e, em menor grau, de 2025.
O Copom ainda repetiu que considerou um corte inaugural mais sutil, de 0,25 ponto porcentual, para 13,50%, mas que considerou apropriado adotar o ritmo de queda de 0,50pp em função da melhora do cenário inflacionário.
"Reforçando, no entanto, o firme objetivo de manter uma política monetária contracionista para a reancoragem das expectativas e a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante. A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação com reancoragem parcial, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", ponderou o BC.
A decisão foi bem apertada, com cinco diretores a favor de corte para 13,25%: o presidente Roberto Campos Neto, Gabriel Galípolo, Ailton Aquino, Otavio Damaso e Carolina Barros. Os outros quatro votaram a favor de uma queda para 13,50%: Fernanda Guardado, Diogo Guillen, Renato Gomes e Mauricio Moura.
O comitê ainda reforçou a necessidade de uma política monetária contracionista até que se consolide o processo de desinflação e a rencoragem das expectativas em torno das metas.
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