MAIS LIDAS
VER TODOS

Economia

Ata divide opiniões; dólar forte e temor com covid-19 justificam alta nos juros

Os juros futuros abriram em alta na manhã desta terça-feira, 23 marcada pela divulgação da ata da última reunião do Copom e de leilão de NTN-Bs. O texto do comitê de política monetária dividiu opiniões no mercado. Há quem tenha classificado a ata mais dur

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.03.2021, 09:31:00 Editado em 23.03.2021, 09:35:50
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

Os juros futuros abriram em alta na manhã desta terça-feira, 23 marcada pela divulgação da ata da última reunião do Copom e de leilão de NTN-Bs. O texto do comitê de política monetária dividiu opiniões no mercado. Há quem tenha classificado a ata mais dura que o comunicado da semana passada e quem considere mais suave.

continua após publicidade

Carlos Kawall, da Asa Investments, avalia que o texto foi "claramente mais duro do que o comunicado" e que o comitê "reconhece o externo mais desafiador e está confiante com atividade e queda do hiato". Já Luis Felipe Laudisio dos Santos, da corretora Renascença, chama atenção para o fato de o comitê ainda considerar que os choques de preços são temporários. No texto, os diretores escreveram que a "demora na normalização de cadeias produtivas sugere choque positivo de demanda atuando" e que, apesar de diagnóstico de que "choques atuais são temporários, a meta considera inflação cheia no ano".

"Em uma primeira leitura, a ata nos parece menos dura do que o mercado aguardava e vinha precificando, principalmente quando cita que os choques ainda parecem temporários e que o movimento visa a não contaminação das expectativas para 2022", escreve Laudisio dos Santos.

continua após publicidade

Os diretores do Banco Central (BC) justificam a alta de 0,75pp afirmando que um "ajuste mais célere" mantém ancoragem de expectativas para horizontes longos, uma "estratégia compatível com a meta em 2022, mesmo com isolamento social. No texto, eles reforçam que, para a próxima reunião, o Copom antevê "outro ajuste de mesma magnitude", previsão que "pode mudar se houver alteração significativa em projeções ou balanço". "Em última instância decisão segue dependente atividade, balanço de riscos e projeções de inflação", diz o texto.

No radar dos agentes do mercado de juros futuros, também fica a discussão com quatro meses de atraso do Orçamento para 2021. O Ministério da Economia apontou ontem a necessidade de cortar R$ 17,5 bilhões em despesas para cumprir o teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação. Para os militares, o Orçamento de 2021, previsto para ser votado esta semana, destina R$ 8,3 bilhões em investimentos do Ministério da Defesa, um quinto (22%) do total para todo o governo federal.

A crise sanitária, que mobilizou centenas de empresários, banqueiros, economistas, ex-ministros, ex-presidentes do Banco Central a escrever uma carta aberta pedindo unidade no combate à pandemia, segue no radar. As críticas do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, contra o negacionismo "macabro" devem repercutir hoje. Sobre a carta aberta, o Planalto classificou como um movimento político contra o governo Bolsonaro.

continua após publicidade

Nesse contexto e com o dólar forte ante emergentes no exterior e também em alta no mercado doméstico, os juros iniciaram a sessão em alta. O DI para janeiro de 2022 abriu a 4,620% ante 4,615% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2025 abriu a 7,730% e logo depois marcou máxima aos 7,810% ante 7,735% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2027 abriu a 8,230% e marcou máxima aos 8,300% minutos depois ante 8,180% no ajuste de ontem. DI para janeiro de 2029 abriu a 8,540% e bateu máxima aos 8,590% ante 8,520% no ajuste de segunda-feira.

Hoje cedo, foi divulgado que a Confiança do Consumidor em março teve forte queda em relação a fevereiro, segundo a FGV. O índice geral caiu 9,8 pontos com destaque para a piora das expectativas que tiveram recuo em março de 12,3 pontos. "Este dado nos chama atenção porque a piora da percepção dos consumidores gera pressões difusas no mundo político que tendem a chegar ao presidente por óbvio, afinal o Planalto é a instância máxima do poder no Brasil. A questão é que estas pressões colocam o presidente numa situação desconfortável de tal sorte que aumentam as chances de alguma ação intempestiva - tal qual foi com o BB e a Petrobras não faz muito tempo - e este risco tem que ser monitorado com atenção", escreve André Perfeito, da Necton Investimentos.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Economia

    Deixe seu comentário sobre: "Ata divide opiniões; dólar forte e temor com covid-19 justificam alta nos juros"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!